Em meio à invasão militar russa na Ucrânia, operadoras de telecomunicações do país invadido — que costumavam ser rivais — estão se empenhando para manter os serviços de telefonia e internet funcionando.
Na semana passada, por exemplo, as empresas Kyivstar, Vodafone Ucrânia e Lifecell se uniram para lançar um serviço de “roaming nacional”, permitindo que os usuários possam trocar de rede móvel, caso o serviço principal contratado caia.
Com o avanço da guerra, companhias estão alertando que os russos têm bombardeado infraestruturas de telecom, numa tentativa de silenciar as comunicações no país.
Na Ucrânia, os técnicos de telecomunicações estão sendo chamados de “heróis invisíveis da guerra”, como apontou a . Apesar do terreno destruído, do toque de recolher e do perigo de novos bombardeios, trabalhadores ucranianos estão empenhados em religar cabos de internet cortados ou consertar centros de dados que foram consumidos pelo fogo.
Fogo amigo na Ucrânia
Como se a situação não já estivesse caótica o suficiente, há denúncias de que algumas operadoras ucranianas, além de hackers no país invadido, estão ajudando os invasores russos.
Nesta semana, um hacker foi preso pelos serviços de segurança do país, acusado de facilitar as comunicações móveis dos russos. As autoridades ucranianas disseram no que este hacker proporcionou a realização de até 1.000 ligações em um único dia, muitas delas voltadas para lideranças russas em Moscou. Um outro hacker também foi preso por fornecer aos russos o acesso à infraestruturas de telecomunicações na Ucrânia.
Também há registro de ataques cibernéticos ao provedor local Triolan, em que os sistemas foram redefinidos para a configuração de fábrica, causando interrupções na conexão. Até mesmo a Viasat, que fornece internet via satélite no país, foi atingida por um ataque cibernético no final de fevereiro — o que derrubou alguns de seus serviços.
Apesar desses ataques, as operadoras, em sua maioria, têm conseguido responder aos problemas, e vêm se recuperando da destruição física de suas infraestruturas. É o caso da Kyivstar, que teve um escritório bombardeado pelos russos (foto que ilustra esta matéria), mas que conseguiu manter os serviços online.