“One Piece”: todas as diferenças entre o anime e a série da Netflix
Finalmente, no dia 31 de agosto, a Netflix lançou a aguardada adaptação em live-action do anime “One Piece”. A série superou os recordes de “Wandinha” e “Stranger Things” .
Em 46 países, incluindo o Brasil, “One Piece” ocupa a primeira posição pela segunda semana seguida, com 18,5 milhões de visualizações entre 28 de agosto e 3 de setembro.Com 8 episódios, a primeira temporada da série abrange os eventos da saga East Blue, com 61 episódios no anime, baseando-se nos 108 primeiros capítulos do mangá.
Contudo, vários exemplos comprovam que adaptar um mangá/anime de longa duração para outra mídia é uma tarefa bastante difícil, sobretudo quando se trata de “One Piece“.
Por isso, enquanto o anime tenta ser um remake exato do mangá, a versão live-action faz várias alterações no material original.Last night, pirates invaded the Santa Monica Pier in LA! It was so much fun celebrating One Piece with this amazing community. 🏴☠️ — ONE PIECE(ワンピース) Netflix (@onepiecenetflix)
Portanto, vamos listar todas as principais diferenças entre a série da Netflix e o anime de “One Piece”, mas cuidado com os spoilers!
Diferenças nas apresentações dos personagens de “One Piece” na Netflix
Em qualquer obra de ficção, a apresentação dos personagens é crucial, mas algumas mídias precisam ser mais fluídas, diferentemente dos animes. Desse modo, uma das primeiras diferenças importantes entre a versão da Netflix e o anime de One Piece foi a introdução dos personagens.
Luffy e o início de One Piece
Os episódios de abertura da série da Netflix empregam um pouco de narrativa não linear para intercalar as cenas da história de Luffy com a história de como ele formou sua tripulação. Talvez, a alteração mais aparente sobre Luffy é como ele ganha seus poderes. No anime, Luffy come a Fruta do Diabo na presença de Shanks e seus piratas. Já no live-action, o protagonista come a fruta sozinho. Mesmo assim, a história não muda muito até ele chegar em Shells Town, quando encontra Zoro, Helmeppo e Capitão Morgan. Entretanto, no primeiro episódio, a série modifica a cena da execução de Gol D. Roger, o rei dos piratas, e seu captor. Algumas das maiores mudanças de “One Piece” no live-action, acontece apenas no capítulo 92 do mangá. No live action de “One Piece”, Garp é quem conduz a execução de Gol D. Roger, isso é mostrado ao final da temporada, quando Garp se lembra da risada de Roger, enquanto olhava para Luffy, no último episódio. No anime, além de Garp não estar presente na execução, a informação de que Luffy é seu neto ocorre após mais de 200 episódios. A série da Netflix revela o parentesco entre os personagens no quarto episódio.Execução de Gol D. Roger: alteração da série da Netflix reforça teoria dos fãs
Outra mudança interessante do live-action é a presença de vários personagens importantes de “One Piece” durante execução do rei dos piratas, incluindo Shanks, Mihawk e Smoker. Embora isso seja exatamente o que acontece no anime, uma das diferenças presentes na série da Netflix é o vilão Crocodile sendo uma mulher.Anime / Live Action — One Piece (@onepiecedaiIys)Isso é uma referência a uma teoria muito antiga da comunidade dos fãs de “One Piece” sobre o Crocodille ter se tornado mulher através dos poderes de Ivankov, um personagem que consegue mudar o gênero de qualquer pessoa, ainda não apresentado na série. A teoria ganhou força na saga “Impel Down”, no anime, quando Ivankov ameaça “revelar o segredo de Crocodile”. No anime, essa teoria ainda não foi respondida. Mas, durante a execução do rei dos piratas, não é possível ver o rosto de Crocodile. Desse modo, os produtores da série da Netflix, inspirados nessa teoria, transformaram o personagem em mulher.
Apesar de ser uma adaptação, a série de “One Piece” da Netflix foi supervisionada pelo criador do mangá. Eichiro Oda, durante a produção da série para garantir que a adaptação saísse da forma mais correta.
Portanto, essa referência na série reforça a teoria, o que pode causar ainda mais impactos no anime, mas explicar o motivo seria dar muito spoiler.Zoro, Baroque Works e easter eggs
Continuando sobre Crocodile, na série da Netflix, a sua organização criminosa, Baroque Works, aparece já no primeiro episódio com um de seus membros enfrentando Zoro. No anime, a organização aparece após 61 episódios. Por isso, a introdução do Zoro é bastante diferente no live-action. No anime, Luffy encontra “Caçador de Piratas” em Shells Town, mas no live-action, Zoro aparece, inicialmente, em frente ao túmulo de Kuna, sua amiga de infância. Além disso, Zoro luta contra Mr.7 da Baroque Works logo após o vilão tentar recrutá-lo. As diferenças entre a série da Netflix e o anime de “One Piece” em relação a esse evento é que a luta entre Zoro e Mr.7 luta nunca apareceu na obra original. Aliás, o Mr. 7 do live-action não é o mesmo personagem do anime. No anime de “One Piece”, o Mr.7 é um substituto, portanto, havia outro Mr.7 anteriormente, que, de fato, tentou recrutar Zoro, mas o evento nunca apareceu. Contudo, em um dos famosos ‘SBSs’, o cantinho de perguntas ao autor nos volumes encadernados dos mangás de “One Piece”, um fã pergunta como “era a aparência do Mr.7 que tentou recrutar Zoro”. A resposta do autor Eichiro Oda foi um sketch de um personagem bastante similar ao do live-action, mas que foi morto por Zoro e nunca apareceu no anime.Shanks, Nami e Koby
Outras diferenças notórias que aparecem nos primeiros episódios envolvem Shanks. O Pirata Ruivo afirma em um dos primeiros episódios que irá atrás do tesouro do “One Piece”. No anime, isso acontece somente após mais de mil episódios, pois quando shanks se despede de Luffy, ele informa o destino de sua tripulação.Sometimes a goodbye is the beginning of a grand adventure. One day, you will meet again. That is the promise. — ONE PIECE(ワンピース) Netflix (@onepiecenetflix)O personagem do capitão Morgan também ganha um espaço muito maior na série da Netflix e Nami está presente enquanto Luffy luta para libertar Zoro da prisão. Nami aparece na série da Netflix no início do primeiro episódio, mas no mangá ela aparece no capítulo 8, após o encerramento do arco de shellstown. A introdução de Nami uma das triplas diferenças entre as mídias de “One Piece”. No anime Nami aparece no episódio 4, mas é um filler, ou seja, uma história que não ocorreu no mangá. Koby, além de Nami, tem um papel muito maior na série da Netflix do que no anime de “One Piece”. Embora ele se junte à marinha no live-action, a série não mostra a luta entre ele e Luffy. Em vez disso, Koby fica com os marinheiros e, posteriormente, é interrogado por Garp, não apresentando, portnato, Koby como a antítese de Luffy. Um quer ser o maior marinheiro da história, enquanto o outro almeja ser o rei dos piratas.
Série da Netflix apresenta diferenças ao anime na jornada de Garp
As diferenças no papel de Garp são um dos aspectos mais confusos da série da Netflix em comparação ao anime. Obviamente, Garp, Koby e Helmeppo são figuras bastante presentes no anime, mas, diferentemente do live-action, os personagens não fazem parte das primeiras aventuras de Luffy no anime.
Além de aparecer no flashback da execução de Gol D. Roger, Garp tem uma grande presença na primeira temporada da série da Netflix, mas, ao contrário do anime, como uma forma de antagonista. Na série, o avô de Luffy persegue os Chapéus de Palha quando partem de Shells Town rumo à vila Cocoyasi. Entretanto, Garp aparece no anime apenas no episódio 68, sem o sentimento de proteção de avô que a série da Netflix insere no personagem.“Buggy, o Palhaço”, não tinha circo no anime
Quando a tripulação de Luffy chega à Orange Town, os personagens descobrem que a cidade foi tomada pelo pirata Buggy, o Palhaço. No anime de “One Piece”, isso ocorre entre o quinto e o oitavo episódio.
A adaptação da Netflix encurtou essa trama história em um único episódio de uma hora. Desse modo, como esperado, a história foi bastante editada e reduzida no live-action. A maioria da tripulação de Buggy foi removida e se limita a breves participações especiais. Além disso, a luta contra Buggy no anime acontece em toda cidade, destruindo vários prédios de Orange Town. No live-action o confronto se passa em uma tenda de circo, de propriedade do vilão, que nunca teve circo no anime. //www.youtube.com/watch?v=My8RTFORGUc&ab_channel=ABH%3AAnimeBattleHub Durante o arco de Buggy, uma das maiores diferenças entre o anime de “One Piece” e a série da Netflix é o roubo do mapa da Green Line. Na série, os “Chapeús de Palha” roubam o mapa da Green Line de Buggy, mas no anime, a tripulação de Luffy rouba o mapa dos marinheiros.Usopp e a primeira vez em que personagens se beijam em “One Piece”
Outra grande diferença entre o anime de “One Piece” e a série da Netflix ocorre quando a tripulação chega à Vila Syrup e encontra um de seus principais membros, Usopp.
Além de reduzir muitas batalhas e remover vários personagens, uma das maiores mudanças do live-action ocorre durante essa parte da série, como a doença de Lady Kaya. As crianças que compõem o fictício grupo de piratas de Usopp também não aparecem na adaptação. Isso, portanto, tira um pouco da importância da introdução de Usopp.
O plano do vilão Kuro de matar Lady Kaya é similar ao do anime, mas acontece de maneira diferente no live-action e não há a presença de outros piratas do grupo de Kuro.
Sobre a relação entre Usopp e Kaya, embora próxima da obra original, a grande mudança é o beijo entre os personagens, que nunca aconteceu no anime. Aliás, nunca houve uma cena de beijo no anime de “One Piece”.
Sanji, Arlong e mais mudanças na trama original
Após a introdução de Usopp, chega a hora de apresentar o próximo tripulante, o Sanji. Uma das diferenças nos episódios do restaurante Baratie na série da Netflix, onde Sanji trabalha, é o papel de Luffy como ajudante de cozinha, que no anime se deu pelos danos que o personagem causou ao restaurante.
A principal mudança na narrativa é a aparição do vilão Arlong no Baratie, que toma o lugar de Don Krieg como a maior ameaça desse arco.
No anime, Arlong aparece quando Luffy e sua trupe procuram por Nami na Vila Coco e em Arlong Park, a fortaleza do tritão. Por isso, a alteração na motivação da traição de Nami no live-action se dá pela presença de Arlong no Baratie.
A personagem trai os “Chapéus de Palha” para tentar salvar a vida de Luffy após sua luta contra Arlong, algo que nunca ocorreu no anime.
Série da Netflix explica tema importante logo na primeira temporada
Os dois últimos episódios do live-action mostram a tripulação dos protagonistas de “One Piece” tentando resgatar Nami após a traição. Durante esses episódios, a série apresenta a história de Nami em um flashback, similarmente ao anime, mostrando como ela se tornou uma escrava de Arlong.'HELP ME' live action scene was perfect ! — One Piece (@onepiecedaiIys)Contudo, nessa fase, há grandes diferenças entre a série da Netflix e o anime original de “One Piece”. Talvez, a principal e grande mudança é que a série apresenta as motivações de Arlong desde o início, ou seja, seu ódio pelos humanos. No anime, Arlong apenas desdenha dos humanos por serem fisicamente inferiores aos tritões, mas o live-action explora uma narrativa da obra original que aparece após mais de 600 episódios: a escravização dos tritões pelos humanos e a segregação entre as duas raças.