Ciência

“Olho do Saara”: como a ciência explica este fenômeno do deserto

Olho do Saara ainda é um mistério para a ciência, mas pesquisas levantam algumas teorias que podem explicar a origem da enorme estrutura em pleno deserto
Imagem: NASA/Divulgação

Quem sobrevoa o Deserto do Saara se depara com uma imagem que chama a atenção. Um enorme “olho” de mais de 50 quilômetros observa quem passa pela imensidão do norte da África. Mas o que a ciência diz sobre esse fenômeno?

Os geólogos inicialmente acreditaram que o Olho do Saara, também conhecido como Estrutura Richat, era uma enorme cratera de impacto causada por objetos astronômicos.

No entanto, descobriu-se que a estrutura dessa cúpula geológica é formada por rochas sedimentares e ígneas (magnéticas). Estudos adicionais sobre a rocha que constitui a cúpula central do olho data entre 1 bilhão e 542 milhões de anos atrás.

Como o Olho do Saara se formou?

Em 2014, pesquisadores sugeriram que a separação do supercontinente Pangeia foi fundamental na formação do Olho de Saara. Quando o continente se separou, nem todas essas rochas teriam chegado de fato à superfície, criando várias camadas, como uma grande bolha. Esse movimento também deu origem a falhas que circundam e atravessam o Olho do Saara. Já no centro da formação, as rochas derretidas também dissolveram o calcário, que entrou em colapso e criou rochas sedimentares.

“A herança estrutural desempenhou um papel importante na história do complexo de Richat. Anisotropias pré-existentes atuaram como um caminho para a ascensão de fusões astenosféricas e subcontinentais”, disse um estudo publicado no .
Além disso, a importância do fenômeno é tamanha que em 2022 o Olho de Saara foi reconhecido como sítio patrimônio geológico pela União Internacional de Ciências Geológicas (IUGS, na sigla em inglês).

Geografia curiosa do Saara

Além do Olho do Deserto, o Saara é lar de cerca de 2,5 milhões de pessoas. Embora seja um lugar árido e inóspito, o deserto é rico em recursos minerais valiosos, incluindo petróleo, gás natural, urânio e fosfatos.

Vários países africanos, incluindo a Líbia, a Argélia e a Nigéria, têm explorado esses recursos para financiar seus desenvolvimentos econômicos.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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