Ciência

Obesidade: uma em cada 8 pessoas no mundo está acima do peso; e no Brasil?

Estudo da OMS (Organização Mundial da Saúde) aponta aumento na incidência de obesidade, inclusive infantil; condição já atinge 1 bilhão de pessoas no mundo
Imagem: i yunmai/ Unsplash/ Reprodução

Um novo estudo realizado por pesquisadores da OMS (Organização Mundial da Saúde) e publicado na revista apontou que mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo têm obesidade. Na prática, isso significa aproximadamente 1 em cada 8 indivíduos.

Apenas no Brasil o número de pessoas com obesidade no Brasil aumentou 72% nos últimos treze anos, segundo a (Associação Brasileira para Estudo da Obesidade e Síndrome Metabólica).

Os cientistas acompanharam mais de 3600 pesquisas dos últimos 35 anos, compilando dados de quase 230 milhões de pessoas em 197 países. Segundo os pesquisadores, essa é uma amostra representativa de mais de 99% da população mundial.

Em geral, a obesidade é uma condição caracterizada pelo . Como consequência, ela aumenta o risco de diversas outros problemas de saúde, como doenças cardíacas, diabetes, certos tipos de câncer. Por isso, é uma grande preocupação para a saúde pública mundial.

Panorama da obesidade no mundo

O novo estudo concluiu que a prevalência global de obesidade mais do que dobrou entre adultos acima dos 20 anos. Em 2022, mais de 43% tinham excesso de peso. Já entre crianças e adolescentes (de cinco a 19 anos), a incidência quadruplicou.

Além disso, a pesquisa também destacou que os países mais afetados pelo aumento da obesidade estão localizados no Caribe, no Oriente Médio e no Norte da África. 

Contudo, quando se analisa apenas os índices de obesidade infantil, Brunei, Chile, Polinésia, Micronésia e, mais uma vez, Caribe, são as regiões mais afetadas.

O papel dos alimentos processados

De acordo com o estudo, os alimentos processados ricos em calorias e açúcar são parcialmente culpados pelo aumento nas taxas de obesidade. Em geral, a classificação de alimentos pelo grau de processamento é recente e se chama .

Estabelecida após a publicação de um artigo do coordenador científico do Nupens (Núcleo de Pesquisas Epidemiológicas em Nutrição e Saúde) na revista Public Health Nutrition, ela considera alimentos processados como aqueles “modificados por processos industriais relativamente simples”. 

Por exemplo, adição de substâncias como sal, açúcar ou gordura, como acontece com conservas de peixes e legumes, pães artesanais, queijos e frutas em calda. A classificação NOVA afirma que o consumo desses em pequenas quantidades não prejudica uma alimentação equilibrada e saudável. 

Contudo, o consumo em excesso e a substituição de alimentos in natura, como frutas, verduras e legumes, por alimentos processados é um problema.

Outra categoria que preocupa é a dos ultraprocessados. Eles são feitos com pouca quantidade de produtos in natura, de forma que a maior parte da composição é de aditivos. 

Estudos apontam que são altos em gordura, açúcar e sódio. Além disso, uma pesquisa indicou que os ultraprocessados por ano no Brasil.

No país, o orienta que as pessoas evitem os alimentos ultraprocessados desde sua publicação, em 2014.

No entanto, o esforço individual de seguir uma alimentação equilibrada e praticar exercícios não é o suficiente, segundo a nova pesquisa. Segundo o representante da OMS no Pacífico Sul, Mark Jacobs, “os alimentos não saudáveis ​​são baratos, convenientes e fortemente promovidos através da publicidade”. 

Por isso, o estudo aponta a necessidade de políticas públicas que tornem alimentos saudáveis e atividades físicas acessíveis em todo o mundo.

Bárbara Giovani

Bárbara Giovani

Jornalista de ciência que também ama música e cinema. Já publicou na Agência Bori e participa do podcast Prato de Ciência.

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