O que é o “Cavalo-Marinho Cósmico” na foto tirada pelo James Webb

Descoberto pelo telescópio James Webb, o aglomerado batizado como Cavalo-Marinho Cósmico fica a 6,3 bilhões de anos-luz da Terra. Veja detalhes!
O que é o "cavalo-marinho cósmico" na foto tirada pelo James Webb
Imagem: James Webb/NASA/ESA/Reprodução

No meio da imensidão do universo, o telescópio espacial James Webb captou algo familiar: um conglomerado de estrelas que, visto de longe, parece ter a forma de um cavalo-marinho. 

Não demorou muito para que os astrônomos descobrissem que se tratava do aglomerado de galáxias SDSS J1226+2149, que levou o nome de “Cavalo-Marinho Cósmico”. 

O agrupamento fica a 6,3 bilhões de anos-luz da Terra na constelação Coma Berenices e traz propriedades de reservatório molecular parecidos com as que existem na Via Láctea. Cientistas estimam que a formação estelar ocorreu quando o Universo tinha 30% da idade atual. 

Por ficar tão longe da Terra, o Cavalo-Marinho Cósmico só pôde ser visto por causa das lentes gravitacionais.

O fenômeno ocorre quando uma enorme quantidade de matéria, como um aglomerado de galáxias, cria um campo gravitacional. Assim, ele amplia a luz lançada pelos objetos que estão atrás de si, o que permite a visão sobre mais corpos celestes. 

Na prática, a gravidade distorce o espaço a ponto de criar um tipo de “óptica” capaz de canalizar a luz. Dessa forma, telescópios como o James Webb ou Hubble podem ver mais longe do que seria possível pela ótica tradicional. 

Como é o Cavalo-Marinho Cósmico visto pelo James Webb

A NIRCam, câmera infravermelha do James Webb, capturou a imagem em dezembro. No caso do Cavalo-Marinho Cósmico, o telescópio James Webb aproveitou a lente gravitacional criada pelo conglomerado de galáxias que fica à frente.

Esse efeito ampliou as galáxias distantes e distorceu suas formas, criando manchas brilhantes de luz que dão a impressão do formato do animal, a ESA (Agência Espacial Europeia). 

A imagem integra o uso contínuo do James Webb por astrônomos para estudar a formação de novas estrelas em galáxias distantes. A expectativa, por fim, é que o instrumento forneça novos insights sobre a formação de estrelas em galáxias distantes com lentes gravitacionais. 

Julia Possa

Julia Possa

Jornalista e mestre em Linguística. Antes trabalhei no Poder360, A Referência e em jornais e emissoras de TV no interior do RS. Curiosa, gosto de falar sobre o lado político das coisas - em especial da tecnologia e cultura. Me acompanhe no Twitter: @juliamzps

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