O que aconteceria se os insetos fossem extintos do mundo? Entenda a importância desses pequenos animais
Reportagem: Mateus Carvalho/Instituto Butantan
Os insetos fazem parte do grupo de animais mais populoso do mundo e que habitam o planeta Terra. Embora muitos deles pareçam desnecessários para os seres humanos, esses pequenos bichinhos desempenham vários papéis ecológicos e são importantes para o desenvolvimento e equilíbrio do ecossistema. Mais do que isso, o planeta poderia entrar em colapso em uma hipotética e, praticamente impossível, extinção dos insetos.
A importância dos insetos para a vida em geral, a relação estabelecida entre seres humanos e insetos, bem como a grande diversidade de insetos, faz com que a possibilidade de sua extinção seja impensável – mesmo que alguns, como o mosquito Aedes aegypti, sejam vetores de , entre elas a dengue. O que se pode fazer é controlar as espécies que causam algum tipo de prejuízo à população, como os transmissores de enfermidades e pragas agrícolas, por meio de seus “inimigos naturais” que podem ser outros bichos predadores e microrganismos, ou até mesmo pelo controle integrado, que envolve os controles manual, químico e biológico.
“É complexo pensar em extinguir ou tirar uma espécie de circulação de uma cidade ou país porque os insetos não veem barreiras geográficas. O Aedes aegypti, por exemplo, foi eliminado do Brasil durante um tempo por conta da ação organizada com o uso de DDT, um inseticida que contribuiu para o controle do Aedes à época. No entanto, em pouco tempo, já podíamos ver os mosquitos voando pelo Brasil porque os insetos continuam entrando no país, seja pelo mar por meio de navios estrangeiros ou por terra”, comenta Flávia.
Os mosquitos são vistos com mais frequência no dia a dia porque eles estão por toda parte, em ambientes externos e internos, já que se adaptam muito bem às cidades e até mesmo aos diferentes climas. Soma-se a isso a quantidade de ovos que uma única fêmea pode colocar durante sua vida, que pode variar entre 200 e 500, em média. “A evolução dos insetos é muito rápida e eles estão sempre se adaptando. Os inseticidas acabam ‘forçando’ essa evolução, já que sempre estão selecionando os indivíduos mais resistentes a eles. Por isso, de tempos em tempos, o produto químico utilizado precisa ser trocado”, destaca Flávia.A dieta pode explicar
Os coprófagos, como o , se alimentam de fezes e matérias orgânicas e são responsáveis por fazerem a reciclagem de ambientes e a decomposição de compostos. Já os necrófagos comem matéria animal em decomposição, atuando também como recicladores. As moscas de ordem Diptera e das famílias Sarcophagidae, Muscidae e Calliphoridae são alguns dos insetos que fazem esse trabalho.
Os frugívoros, como as moscas das frutas e os percevejos, são aqueles que se alimentam especificamente de frutas e frutos, enquanto que os fitófagos, como gafanhotos e grilos, se alimentam de folhas e caules de plantas. Ambos, frequentemente prejudicam economicamente a produção agrícola.
Há também os insetívoros, que são predadores ou também parasitoides de outros insetos e ajudam a manter a quantidade de várias espécies na natureza equilibrada – inclusive os bichos considerados “pragas”. As joaninhas, vespas e formigas são alguns dos insetívoros que predam essas pragas agrícolas.
Por fim, há ainda os hematófagos, que são os insetos que se alimentam de sangue e têm importância médica-veterinária porque podem atuar como vetores de patógenos (vírus, bactérias e protozoários), como alguns mosquitos, moscas e pulgas.