A Terra é formada por diferentes camadas. Neste momento, você está pisando sobre o que chamamos de crosta, tendo ainda no interior do planeta o manto, o núcleo externo e o núcleo interno.
O núcleo interno é como uma bola de metal sólida com cerca de 70% da largura da Lua. Estudos sugerem que essa grande esfera é capaz de girar movida pelo torque magnético do núcleo externo, que é líquido. Ao mesmo tempo, a imensa atração gravitacional do manto pode interferir na rotação do núcleo interno, .
Os cientistas notam essa variação através da análise de terremotos. Em resumo, o tempo que as ondas sísmicas levam para atravessar a bola metálica pode mostrar a velocidade em que o núcleo está girando em relação ao manto e a crosta.
Inicialmente, cientistas notaram que o planeta girava cerca de 360 graus em um dia, com o núcleo interno rodando, em média, 1 grau por ano mais rápido que o resto da Terra. Mas parece que a bola metálica parou em 2009, movendo-se agora gradualmente na direção oposta.
Tal detalhe foi relatado por pesquisadores na revista . Segundo cientistas da Universidade de Pequim, na China, a inversão pode fazer parte de um ciclo de aproximadamente 70 anos capaz de influenciar a duração dos dias na Terra e seu campo magnético.
Registros indicam que, antes de 2009, as ondas sísmicas viajavam em taxas diferentes através do núcleo interno, sugerindo a rotação desigual entre o núcleo e o resto da Terra – como era esperado. Mas por volta do ano de 2009, a diferença de tempo desapareceu, indicando que o núcleo havia estagnado.
Após 2009, a diferença voltou, mas agora as ondas estavam cruzando outras partes do núcleo interno, sugerindo a inversão de rota. Segundo os pesquisadores, o núcleo parece oscilar com uma periodicidade de aproximadamente 70 anos, mudando de direção a cada 35 anos ou mais.
As oscilações, por sua vez, poderiam explicar variações conhecidas de 60 a 70 anos na duração dos dias da Terra e no comportamento do campo magnético do planeta.
Nem todos concordam. Em 2022, outra equipe de cientistas relatou que o núcleo interno era capaz de inverter sua rotação a cada três anos ou mais. Outros pesquisadores propuseram que o núcleo interno não está se movendo, mas sim sofrendo alterações na forma de sua superfície, causando diferenças no tempo de propagação das ondas.