Ciência

Novo método promete diagnosticar Alzheimer 15 anos antes dos sintomas

Detecção precoce pode abrir portas para estratégias de tratamento mais eficazes no gerenciamento dos sintomas do Alzheimer
Imagem: Rawpixel/Freepik

Uma pesquisa, realizada por cientistas da Universidade de Gotemburgo (Suécia), aponta que um novo teste sanguíneo pode ser capaz de detectar o Alzheimer até 15 anos antes do surgimento dos sintomas.

O teste utilizado no novo estudo, denominado ALZpath pTau217 , é desenvolvido pela empresa ALZpath. O teste está atualmente disponível apenas para uso em pesquisas.

O exame mede os níveis da proteína p-tau217 no sangue. A p-tau217 é uma proteína que indica a presença de doenças cerebrais, evidenciando os estágios iniciais do dano neuronal causado pelo tau.

Agora, os pesquisadores descobriram que este dano pode ocorrer até 15 anos antes que os sintomas clássicos de declínio cognitivo ou perda de memória se manifestem.

De acordo com a pesquisa, isso pode representar uma significativa inovação no diagnóstico precoce da doença. Já que o exame é considerado mais barato, em comparação com os métodos diagnósticos existentes.

A detecção precoce oferecida por esse teste sanguíneo inovador pode abrir portas para estratégias de tratamento mais eficazes no gerenciamento dos sintomas. O estudo sobre o assunto foi publicado nesta semana na revista científica .

No Brasil, estima-se que existam 1,2 milhão casos de Alzheimer, a maior parte deles ainda sem diagnóstico. No mundo, cerca de 35,6 milhões de pessoas são diagnosticadas com Alzheimer.

Como a pesquisa sobre Alzheimer foi feita

Pesquisadores da Universidade de Gotemburgo conduziram análises detalhadas de dados de quase 800 participantes com idades de 50, 60 e 70 anos.

Integrando informações do teste sanguíneo e de testes laboratoriais, o estudo comparou a precisão do exame com métodos convencionais, como punções lombares e tomografias por emissão de pósitrons (PET, na sigla em inglês).

Assim, os resultados destacaram uma taxa de precisão superior a 95% na categorização de indivíduos como propensos, intermediários ou improváveis de desenvolver Alzheimer.

Além disso, a possibilidade de incorporar o teste sanguíneo em triagens de rotina para indivíduos acima de uma certa faixa etária poderia espelhar a prática atual de monitorar o colesterol para prevenir doenças cardíacas.

Os pesquisadores concluem afirmando que a simplicidade e alta precisão do teste sanguíneo oferecem uma promissora solução para superar essas limitações. Proporcionando uma detecção precoce mais acessível a uma população mais ampla.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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