Novo método de tratamento de artrite elimina as injeções

Cientistas estão estudando a administração de bactérias via oral para o tratamento de artrite reumatoide em roedores; entenda
Novo método troca injeção por comprimidos no tratamento de artrite
Imagem: Towfiqu barbhuiya/Unsplash/Reprodução

Agulhas podem causar medo em algumas pessoas. A fobia é tanta que pacientes com tratamentos envolvendo injeções podem deixar de se cuidar por causa das picadas frequentes. Esse é o caso de muitos indivíduos que vivem com doenças crônicas, como a artrite reumatoide, que gera dores nas juntas e limita as movimentações do dia a dia.

Para tornar o tratamento mais acessível e fazer com que os pacientes o sigam de forma correta, cientistas da Faculdade de Medicina da Universidade Baylor, nos EUA, criaram medicamentos para artrite reumatoide que podem ser consumidos via oral. O estudo completo foi publicado na revista científica .

Em resumo, a equipe utilizou a bactéria probiótica para servir como uma plataforma para levar medicamentos orais ao corpo de animais. Mas, para entender o que os cientistas fizeram, é preciso voltar a um estudo anterior. 

Pesquisadores já haviam mostrado que um peptídeo derivado da toxina da anêmona do mar é capaz de reduzir de forma eficaz e segura a gravidade da doença em ratos. O tratamento, por sua vez, é feito com injeções, já que a administração oral direta do peptídeo é pouco eficaz. 

A bactéria probiótica utilizada no estudo atual secreta o peptídeo ShK-235, que é derivado da toxina da anêmona do mar. Além disso, a L. reuteri já é nativa do intestino humano, além de compor um dos grupos de bactérias do ácido lático comumente usado na indústria alimentícia e liberado por órgãos reguladores.

Em laboratório, os cientistas alimentaram ratos vivos com a bactéria, que secretou o peptídeo em seus corpos. Após análises, a equipe identificou o ShK-235 na corrente sanguínea animal. Segundo os cientistas, as doses diárias de bactérias são capazes de reduzir os sinais clínicos da artrite, diminuindo a inflamação das articulações, a destruição da cartilagem e o dano ósseo.

Vale dizer ainda que a L. reuteri não fica no intestino para sempre. Conforme o órgão renova sua camada superficial interna, as bactérias são removidas, o que é positivo para a regulação do tratamento.

Ainda assim, vale mencionar os estudos foram realizados apenas em roedores. São necessárias pesquisas complementares para confirmar a eficácia dessa nova administração medicamentosa em humanos.

Carolina Fioratti

Carolina Fioratti

Repórter responsável pela cobertura de saúde e ciência, com passagem pela Revista Superinteressante. Entusiasta de temas e pautas sociais, está sempre pronta para novas discussões.

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