Nova técnica revela planetas “bebês” escondidos orbitando estrela recém-nascida
Desde a década de 1990, cientistas detectaram milhares de exoplanetas orbitando estrelas distantes, mas a descoberta de protoplanetas bebês inseridos em extensões estelares de gás e poeira provou ser um desafio. Uma equipe internacional de astrônomos usou uma nova técnica para enfim descobrir não um, mas três planetas bebês em torno de uma estrela recém-nascida — uma descoberta incrível que está reafirmando suposições antigas sobre a formação de planetas.
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Normalmente, exoplanetas são detectados quando se movem na frente de sua estrela anfitriã, resultando em um breve efeito de escurecimento, ou quando sua gravidade faz com que uma estrela anfitriã se sacuda levemente. Mas essas técnicas não se prestam muito bem ao estudo de discos protoplanetários — extensões escuras cheias de pedras, poeira e gás. Isso é um problema porque os cientistas gostariam muito de detectar protoplanetas; a teoria é que planetas se formam dentro desses discos, mas os astrônomos nunca viram esse processo em ação, nem detectaram um planeta bebê dentro dessas incubadoras empoeiradas. Mas isso agora mudou, graças a dois novos artigos publicados nesta quarta-feira (13) no periódico Astrophysical Journal Letters.
Usando o rádio-observatório Atacama Large Millimeter / submillimeter Array (ALMA) no Chile, duas equipes de astrônomos detectaram três planetas infantis em torno da HD 163296, uma jovem estrela localizada a cerca de 330 anos-luz da Terra. Essa estrela tem o dobro do tamanho do nosso próprio Sol, mas, com quatro milhões de anos, tem apenas um milésimo da idade do Sol. Para detectar os novos planetas, os astrônomos usaram uma nova técnica que detecta padrões anômalos de fluxo de gás dentro dos discos formadores de planeta. A equipe, liderada por Richard Teague, astrônomo da Universidade de Michigan, encontrou um localizados a 12 bilhões de quilômetros e a 21 milhões de quilômetros da estrela anfitriã — que tem 80 e 140 vezes a distância da Terra ao Sol (UA), respectivamente.Imagem do ALMA mostrando uma “dobra” no comprimento de onda do fluxo de gás dentro do disco protoplanetário em órbita em torno da estrela infantil HD 163296. Imagem: ESO, ALMA ESO / NAOJ / NRAO; Pinte et al.
Imagem do topo: NRAO/AUI/NSF; S. Dagnello