Nova espécie de tubarão é descoberta em fóssil de 65 milhões anos
Há alguns anos, Jun Ebersole estava examinando as coleções de fósseis históricos na Geological Survey, no estado americano de Alabama, onde trabalha. Poderia ser um dia comum, mas o diretor do departamento se deparou com uma pequena caixa de dentes de tubarão que chamou sua atenção.
Coletados há mais de 100 anos, no Condado de Wilcox, também no Alabama, Ebersole logo percebeu que esses dentes pertenciam a uma nova espécie.”Tendo documentado centenas de espécies de peixes fósseis na última década, achei intrigante que esses dentes fossem de um tubarão que eu não reconhecia”, afirmou.
Após algumas análises, ele e sua equipe de pesquisadores confirmaram que a disposição dentária do fóssil diferia de qualquer tubarão vivo. Assim, nomearam a nova espécie como Palaeohypotodus bizzocoi.
Em geral, Palaeohypotodus se refere às características do fóssil, pois significa “dente pequeno e antigo”. Já o termo bizzocoi é uma homenagem ao arqueólogo do Alabama, Bruce Bizzoco, que faleceu em 2022. O estudo foi publicado na revista .
Sobre a nova espécie de tubarão
De acordo com os pesquisadores, a característica que fez com que percebessem que o fóssil não era de uma espécie conhecida foram os dentes pequenos e em forma de agulha.
Geralmente, os dentes de tubarão diferem em forma dependendo de onde estão localizados na boca. Mas estes eram diferentes de todos os outros analisados nas mandíbulas que os cientistas tinham na coleção.
Ao datarem o fóssil, perceberam que o animal viviu durante o Paleoceno, aproximadamente 65 milhões de anos atrás. Neste período, a região sul do estado do Alabama estava coberta por um oceano raso.
Como este é um período pouco estudado no local, os cientistas acreditam que a descoberta da nova espécie de tubarão se torna ainda mais significativa. Além disso, é prova de que o animal viveu em um tempo logo após a extinção dos dinossauros, quando mais de 75% da vida na Terra foi extinta.
Por isso, os pesquisadores acreditam que este tubarão foi um predador líder durante o momento em que os oceanos estavam se recuperando. Agora, eles esperam que a descoberta forneça mais insights sobre como a vida marinha se recupera após eventos de extinção em massa.