Nova câmera holográfica faz fotos de dentro do crânio humano

Dispositivo usa um sistema de captura de luz chamado holografia de comprimento de onda sintética, e é auxiliado por inteligência artificial. Entenda
Florian Willomitzer/Universidade Northwestern
Uma equipe de engenheiros da Northwestern University, nos EUA, criou uma câmera de alta resolução capaz de “enxergar” através de objetos sólidos e opacos — como tecidos e ossos humanos, por exemplo. O dispositivo utiliza um sistema de captura de luz chamado holografia de comprimento de onda sintética. Confuso? Calma, a gente exemplica.

Visualização de órgãos

O método desenvolvido pelos engenheiros consegue captar rapidamente imagens em grandes áreas com precisão submilimétrica — ou seja, com menos de um milímetro. Com essa capacidade de resolução, a câmera computacional pode, por exemplo, visualizar órgãos através da pele, identificando vasos capilares minúsculos em funcionamento.

O novo dispositivo funciona atirando feixes de luz em itens ocultos ou fora do campo de visão humano. Após espalhado pelo ambiente, o laser volta à câmera. Então, um algoritmo é executado para reconstruir os sinais daquela luz e revelar os objetos estáticos ou em alta velocidade — como o coração batendo no peito. Simplificando, o sistema pode “extrair” a informação da luz não visível e torná-la visível por meio da integração da tecnologia holográfica e da Inteligência Artificial.

Embora o método tenha um grande potencial, principalmente para imagens médicas não invasivas, os pesquisadores acreditam que as aplicações são infinitas e podem ser usadas em muitas outras áreas. “Nossa tecnologia dará início a uma nova onda de recursos de imagem. Esses sensores usam luz visível ou infravermelha, mas o princípio é universal, e pode ser estendido a outros comprimentos de onda”, explica o professor de engenharia Florian Willomitzer, autor principal do estudo. Por exemplo, o mesmo método pode ser aplicado a ondas de rádio para exploração espacial ou em imagens acústicas subaquáticas”.

Um artigo científico que detalha a descoberta foi publicado na revista Nature Communications. Você pode lê-lo .

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