UFPR descobre nova espécie de árvore na Grande São Paulo
Depois de mais de 10 anos analisando um exemplar de Pleroma, gênero que inclui árvores como as quaresmeiras e os manacás, o pesquisador Fabrício Meyer confirmou a descoberta de uma nova espécie. O pesquisador trabalhou sob a supervisão do cientista Renato Goldenberg, ambos da UFPR (Universidade Federal do Paraná).
A amostra do estudo foi encontrada no Parque Estadual da Serra do Mar, mais precisamente no Núcleo Curucutu. Embora o parque seja uma área de preservação rica em vegetação, com ao menos 512 espécies nativas, a localização do achado surpreendeu.
Isso porque o Núcleo Curucutu fica entre a região metropolitana da baixada santista e a grande São Paulo.
“Chama atenção que uma espécie, até então desconhecida, seja reconhecida como nova no município de São Paulo, que inclui uma das maiores áreas urbanas do mundo e a maior da América do Sul, comportando milhões de pessoas. É impressionante que uma cidade desse porte ainda tenha áreas naturais com flora não totalmente conhecida”, afirmou Goldenberg à .
Em homenagem ao local onde vive, a nova espécie de quaresmeira recebeu o nome científico de Pleroma curucutuense. A descoberta foi publicada na revista científica .
Sobre a nova espécie
De acordo com o estudo, a Pleroma curucutuense tem copa arredondada e flores cuja base é branca e as pétalas são roxas.
Embora as características sejam similares a de uma árvore parente, a Pleroma caissara, a espécie recém-descoberta é menor em vários aspectos: altura, folhas e flores. Além disso, suas folhas têm apenas três nervuras.
Do que se sabe até agora, a Pleroma curucutuense vive em campos de altitude, ou seja, regiões acima de 750 metros de altura. Apenas por meio de novos testes os pesquisadores poderão compreender se ela sobreviveria em outras áreas.
Contudo, eles reiteram que as quaresmeiras são plantas de cultivo fácil. Além disso, elas também auxiliam na recuperação de áreas desmatadas.
Identificar para conservar
Por enquanto, a nova espécie de árvore foi encontrada nos campos de altitude de uma região específica do Parque Estadual da Serra do Mar, próximo à sede. No entanto, terrenos com as mesmas características de altura se estendem por outras partes da reserva.
Dessa forma, os cientistas pretendem investigar se há mais populações da espécie em outras áreas. Eles afirmam que, por ser endêmica de uma região, ela pode estar sob ameaça de extinção. Contudo, encontrar mais representantes dessa nova árvore pode diminuir esse risco.