Perseverance, rover da Nasa que está em Marte, usa processador dos Macs de 1998 (e funciona)
Quando vimos a Nasa levar um novo rover para Marte no mês passado, muita gente pode ter imaginado que a agência espacial usou algum processador de alta tecnologia para dar vida à máquina. Certamente, ela foi construída em algo muito mais poderoso do que aquilo que nós, usuários comuns, estamos acostumados em nosso dia a dia. Mas a verdade é que alguns componentes internos do rover Perseverance não estão muito distantes do nosso cotidiano.
A revista relata que o rover é movido por um processador PowerPC 750, que foi usado no iMac G3 original da Apple há 23 anos, em 1998 . De nome você talvez não se lembre, mas trata-se do desktop com a tampa traseira colorida e transparente — um ícone para a época. Se o nome PowerPC soa familiar, provavelmente é porque essas são as CPUs de arquitetura RISC que a Apple usou em seus computadores antes de mudar para a Intel (agora, ela começa a abandonar a empresa para usar os próprios processadores M1).
“Uma partícula carregada que esteja vagando pela galáxia pode passar próxima ao dispositivo e causar estragos. Pode literalmente soltar elétrons, causar ruído eletrônico e picos de sinal dentro do circuito [do processador]”, disse James LaRosa, da BAE Systems, à NewScientist.
Mas por que usar um chip tão antigo? Não tem nada a ver com custo. O que acontece que esses processadores mais velhos são considerados os melhores porque apresentam alta confiabilidade. A espaçonave Orion da Nasa, por exemplo, usou o mesmo RAD750 da Perseverance. “Comparado com o [Intel] Core i5 do seu notebook, [o RAD750] é muito mais lento. E provavelmente não é mais rápido do que o chip do seu smartphone. Mas a decisão não tem a ver com velocidade, e sim sobre a robustez e confiabilidade”, afirmou Matt Lemke, vice-gerente da Nasa para aviônicos da Orion, ao , no ano de 2014.