NASA propõe foguete nuclear para levar astronautas a Marte em 45 dias
NASA anuncia plano de testar foguetes nucleares até 2027. Porém, o projeto levanta polêmicas sobre os riscos da energia nuclear no espaço
A NASA está ressuscitando um projeto antigo que prevê a construção de novas naves espaciais movidas a energia nuclear. A ideia é desenvolver um tipo de foguete que poderia encurtar uma .
Tendo como base a tecnologia atual, uma viagem entre a Terra e Marte poderia levar de seis a nove meses de duração. Isso sem contar os mais de dois anos que os astronautas teriam que permanecer na superfície marciana, aguardando o momento em que dois planetas estão mais próximos para fazer a viagem de volta.
Por outro lado, com a propulsão nuclear, seria possível reduzir o tempo total da missão para apenas alguns meses. Na prática, encurtar a viagem até Marte apresenta o benefício de diminuir os riscos físicos e psicológicos em astronautas durante viagens de longa duração, o que inclui a exposição excessiva à radiação espacial e o tempo gasto em microgravidade — o que podem gerar uma série de problemas de saúde.
O novo conceito de propulsão faz parte do (Programa de Conceitos Avançados Inovadores da NASA, na sigla em inglês), que busca propor uma série de novas tecnologias que podem transformar as viagens espaciais pelo Sistema Solar. A ideia de usar foguetes nucleares existe desde os tempos da primeira corrida espacial, entre os Estados Unidos e a antiga União Soviética, nas décadas de 1960 e 1970. Mesmo com décadas de estudos e alguns testes bem sucedidos, os projetos de ambos os lados nunca chegaram ao espaço.Contudo, durante o governo do ex-presidente norte-americano Donald Trump, foi emitida uma que impulsiona o desenvolvimento industrial nos EUA de novos sistemas nucleares espaciais. Ela não apenas incentiva uso de reatores de fissão nuclear em futuras bases na Lua, mas também o uso de foguetes com propulsão nuclear em missões de longa duração para o espaço profundo.
Cruzeiro até Marte em 45 dias
Recentemente, a NASA apresentou . O primeiro é o NTP (Propulsão Térmica Nuclear), que consiste em um reator nuclear com capacidade para aquecer o combustível hidrogênio líquido. O objetivo é criar um gás ionizado que será canalizado através de bocais para gerar empuxo ao foguete. Já o NEP (Propulsão Elétrica Nuclear) é baseado no antigo projeto NERVA (Motor Nuclear para Aplicação de Veículo de Foguete), testado com sucesso durante a Era Apollo. Ele usa um reator nuclear para fornecer eletricidade a um motor de íons, que gera um campo eletromagnético que ioniza e acelera um gás inerte (como o xenônio, por exemplo) para criar impulso.Ambos sistemas têm vantagens sobre a propulsão química, usada nos foguetes convencionais. Além do maior empuxo, os novos sistemas apresentam melhor eficiência no uso de combustível, além de energia teoricamente ilimitada.
Porém, a agência espacial ressalta que os dois projetos ainda têm problemas para fornecer propulsão adequada para esse tipo de missões espaciais, mas que isso poderia ser contornado se ambos sistemas fossem combinados de alguma forma.