NASA anuncia local de pouso da missão Mars 2020: a cratera de Jezero

A NASA anunciou o local de pouso em Marte de seu rover Mars 2020: a cratera Jezero. O Mars 2020 está programado para visitar o Planeta Vermelho em 2020, como sugere seu nome. O objetivo é coletar dados científicos, buscar sinais antigos de vida e entender melhor o planeta, tendo em vista uma futura visita […]
NASA/JPL-Caltech/MSSS/JHU-APL
A NASA anunciou o local de pouso em Marte de seu rover Mars 2020: a cratera Jezero.

O Mars 2020 está programado para visitar o Planeta Vermelho em 2020, como sugere seu nome. O objetivo é coletar dados científicos, buscar sinais antigos de vida e entender melhor o planeta, tendo em vista uma futura visita humana. Depois de um processo de cinco anos de exclusão de opções, a NASA optou pela cratera Jezero e seu possível antigo delta de rio.

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“Um delta é extremamente bom em preservar bioassinaturas”, disse Ken Farley, cientista de projeto da missão Mars 2020 no Laboratório de Propulsão a Jato, da NASA, em uma coletiva de imprensa. Se algum dia existiu vida no Planeta Vermelho, talvez seus restos tenham sido varridos no rio e depositados no delta. A Jezero é uma cratera de impacto de 500 metros de profundidade e 45 quilômetros de diâmetro que, supostamente, teria tido água entre 3,5 bilhões e 3,9 bilhões de anos atrás. A água parece ter circulado para dentro e para fora do lago na época em que fluía na superfície de Marte.

Um delta não apenas forneceria potenciais registros de vida passada, mas também poderia conter vários tipos diferentes de rochas bastante antigas que um rio teria varrido e depositado, o que poderia apresentar uma visão mais ampla da história e composição de Marte. Também parece haver evidências de atividade vulcânica antiga no local, explicou Farley na coletiva. A missão Mars 2020 dará seguimento a descobertas feitas pelos rovers Spirit, Opportunity e Curiosity, que sugeriram que Marte pode um dia ter sido habitável. Agora, a Mars 2020 irá procurar evidências de vida antiga, caracterizar o clima e as rochas marcianas e coletar informações para uma futura visita humana. Ela também irá preparar amostras, que uma missão futura coletaria e traria para a Terra.

Versão de um artista para a Mars 2020. Ilustração: NASA/JPL-Caltech

O processo de seleção começou com uma lista contendo dúzias de possíveis lugares, seguidos por workshops para afunilar os candidatos. Ele se baseou em cinco critérios, que basicamente se resumiam ao local ser cientificamente interessante e ter potencial para evidências de vida antiga e água. Cientistas presentes na coletiva de imprensa da NASA reforçaram que não estão buscando vida atual, mas, sim, vida antiga, de quando o ambiente marciano era potencialmente mais parecido com o da Terra. Quando a lista foi reduzida a quatro candidatos, os cientistas e engenheiros se reuniram para debater as opções em um workshop em outubro, antes de fazer a recomendação final. A Jezero é , devido a seu interesse científico. Entretanto, ela tem um terreno diverso, e pousar lá poderia apresentar potenciais desafios. Thomas Zurbuchen, administrador associado da Diretoria de Missão Científica da NASA, apontou que a missão dependerá de uma nova técnica de pouso chamada “navegação relativa ao terreno” para alcançar o local. Essa técnica tiraria fotos, as compararia com um mapa e desviaria o rover, se necessário. Essa nova estratégia não garante que a missão será bem-sucedida, diz Lori Glaze, diretora interina da Divisão de Ciência Planetária da NASA. A atmosfera fina de Marte dificulta extremamente qualquer pouso, e já houve uma série de fracassos. Mais recentemente, o aterrissador Schiaparelli, da Agência Espacial Europeia, colidiu com a superfície do planeta em 2016, devido a uma. A NASA terá outra chance de testar suas capacidades de pouso na próxima semana, quando o aterrissador deve tocar o solo.

Enquanto esperamos ansiosamente por um sinal de vida do rover Opportunity, possivelmente morto, o trabalho científico em Marte continua. Na semana passada mesmo, a Agência Espacial Europeia revelou o local preferido de pouso para o seu próprio rover, o ExoMars: uma área chamada Oxia Planum.

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