NASA aprova missão que pode levar 1º cientista brasileiro para ISS

Biólogo brasileiro Alysson Muotri, da Universidade da Califórnia, nos EUA, deve embarcar em missão para ISS em 2024
NASA aprova missão que pode levar 1º cientista brasileiro para ISS
Imagem: NASA/Divulgação

A NASA anunciou na última quinta-feira (3) que fechou um acordo com a empresa americana Axiom Space para uma quarta missão privada que levará astronautas à ISS (Estação Espacial Internacional, na sigla em inglês).

O lançamento da missão não deve acontecer antes de agosto de 2024, segundo comunicado da NASA. Ela deve partir do Kennedy Space Center, na Flórida, nos EUA, com um foguete e nave da SpaceX, e passar até 14 dias ancorada na estação espacial.

É provável que essa missão leve a bordo Alysson Muotri, que deverá se tornar o primeiro cientista brasileiro a ir ao espaço.

A agência espacial americana e a Axiom Space ainda vão confirmar quais serão os membros da tripulação para a missão batizada como Ax-4.

Por outro lado, Muotri também não deu detalhes à imprensa sobre quem o levaria (ou como) para o espaço. Inclusive, o Giz Brasil tentou contato com o pesquisador brasileiro, mas não recebeu um retorno (o espaço segue aberto para qualquer comentário de Muotri).

Mas já se sabe que a viagem do brasileiro deve acontecer em novembro de 2024. E esta informação casa com o cronograma da Axiom rumo à ISS: a primeira missão aconteceu em abril de 2022; a segunda, em maio de 2023; a terceira está prevista para a partir de novembro deste ano, podendo ser atrasada até o primeiro trimestre de 2024. Depois, viria a Ax-4.

O MCTI (Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação) a viagem de Muotri à ISS no mês passado. Aliás, rolou um encontro do cientista com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, no Palácio do Planalto.

Experimentos na ISS

O pesquisador Alysson Muotri, da UCSD (Universidade da Califórnia em San Diego), nos Estados Unidos, é um dos biólogos brasileiros mais reconhecidos internacionalmente. Ele faz experimentos com mini-cérebros: conjuntos de células neuronais criadas em laboratório que imitam o funcionamento do órgão.

Essas estruturas permitem o estudo de patologias e assuntos diversos, de transtornos neurológicos ao cérebro de neandertais. Hoje, o principal objeto de estudo do pesquisador são mini-cérebros autistas. Acredita-se que estes modelos podem levar a uma melhor compreensão do quadro e ao desenvolvimento de novas formas de tratamento.

O cientista já enviou experimentos para a ISS em 2019, 2020 e 2022. O objetivo foi estudar como a microgravidade afeta o cérebro dos astronautas – o que também pode fornecer insights sobre o funcionamento do órgão no geral. 

Agora, em vez de enviar um experimento e deixá-lo sob os cuidados dos astronautas da estação espacial, o próprio Muotri — e outros membros de sua equipe na UCSD — poderão cuidar dos mini-cérebros, conduzir testes e analisar alterações ao vivo no espaço.

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