Não foi só o Twitter: Elon Musk tentou criar banco digital chamado “X.com”

Nesta semana, Elon Musk — proprietário do Twitter –, mudou radicalmente o nome da plataforma, depois de mais de 15 anos de história da rede social. O “Twitter” virou “X”, e ainda perdeu o tradicional passarinho azul do logotipo, ganhando um design preto e branco.

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As mudanças seguem a todo vapor: agora, o perfil oficial do Twitter da companhia é @X, e a página twitter.com/twitter está desativada.

Contudo, não é de agora a admiração do bilionário por essa letra do alfabeto. Em 1999, muito antes do surgimento do Nubank e outros bancos digitais, Musk foi um dos pioneiros a fundar uma companhia de pagamentos voltada para a tecnologia. E o “X” já estava lá. Ele criou o banco digital “X.com”, junto com Greg Kouri. Menos de um ano depois, a empresa se fundiu com o Confinity, de Peter Thiel, dando origem ao PayPal. De acordo com Ashlee Vance, autor do livro “Elon Musk: Tesla, SpaceX, and the Quest for a Fantastic Future”, os colegas não gostavam do nome do empreendimento por conta das conotações sexuais que poderiam ser interpretadas. Quando as duas empresas se juntaram, Musk foi demitido do comando da X.com e foi criado o nome PayPal.

O X muito antes do Twitter

O empresário lançou oficialmente a X.com em 7 de dezembro de 1999, que atraiu cerca de 200 mil clientes. A estratégia inicial era simples: a empresa incentivava novos usuários com um pagamento de dez dólares por indicações. Mais tarde, essa estratégia se tornaria motivo de frustração. Porém, em 2002, Musk lucrou com a venda do Paypal para o Ebay. O site de vendas online pagou US$ 1,5 bilhão pela empresa. Isso representou um grande crescimento para o empresário. Com sua parte na venda, cerca de US$ 160 milhões, Musk fundou a SpaceX, sua empresa espacial – de novo, a letra. Ele recomprou a marca X.com em 2017, do próprio Paypal.

Planos para o Twitter (ou “X”)

A letra também passou a fazer dos planos de negócio do bilionário. Em março de 2022, por exemplo, o presidente da Tesla anunciou que estava pensando em lançar sua própria rede social. Já em abril de 2022, pouco após fazer a oferta de compra do Twitter, o empresário criou três entidades legais sob o nome de X Corp. Por sua vez, em agosto do ano passado, ele disse ao conselho do Twitter que tinha uma “visão enorme” para o X, algo que seria útil para todo o mundo. Posteriormente, ele começou a dizer que gostaria de transformar o Twitter em um superaplicativo, um serviço completo (chamado X) que englobasse comunicação, compras, notícias e pagamentos. Esses apps fazem sucesso na China, como o WeChat, mas não tanto em outros lugares, por enquanto. Em outubro, Musk afirmou que o Twitter poderia ser fundamental no processo, incorporando a ideia à rede social criada por Jack Dorsey. “O Twitter acelera o processo de criação do X entre 3 e 5 anos, mas posso estar errado”, disse em publicação na rede social. Após meses de negociação, no final de outubro, o empresário concluiu a compra do Twitter por US$ 44 bilhões, e demitiu executivos.

Twitter probably accelerates X by 3 to 5 years, but I could be wrong — Elon Musk (@elonmusk)

Os planos para o futuro ainda não estão claros, mas com certeza a empresa está trabalhando em uma estratégia maior, e o rebranding não é apenas uma questão visual. A CEO da rede social, Linda Yaccarino, revelou algumas pistas sobre o que a mudança para o “X” pode significar.

Em um relatório divulgado pela , a executiva confirma que pagamentos e mais recursos financeiros fazem parte da visão de Elon Musk para o futuro da plataforma.