Tecnologia
Musk demite metade da equipe de combate a fake news do X após estudo da UE sobre desinformação
E, ao comentar os cortes em sua página na rede social, Elon Musk, quem diria, foi irônico. Veja mais
Imagem: Twitter/Reprodução
Na última quarta-feira (27), Elon Musk confirmou a demissão de metade da equipe de combate a fake news do X (antigo Twitter). A ação de Musk ocorreu um dia depois da União Europeia publicar um estudo destacando o X como a plataforma com a maior taxa de desinformação na internet.
As demissões ocorrem, ironicamente, às vésperas de várias eleições em todo mundo, incluindo presidenciais nos EUA, Alemanha, Espanha, Rússia, Ucrânia, Austrália e do parlamento da União Europeia.
Além disso, em 2024, teremos as eleições municipais no Brasil. No entanto, Elon Musk não parece se preocupar com os danos potenciais das fake news nos resultados e na credibilidade do processo eleitoral.
Em tom de provocação, Musk respondeu a um tweet sobre os cortes na divisão de combate a desinformação no X. “Ah, você quer dizer a equipe de ‘Integridade Eleitoral’ que estava minando a integridade eleitoral? Sim, eles se foram”, disse Musk.
Oh you mean the “Election Integrity” Team that was undermining election integrity? Yeah, they’re gone.Outra provocação de Musk foi uma publicação no X em que o CEO da rede social compartilha uma imagem de um famoso meme dos “Pinguins de Madagascar”.— Elon Musk (@elonmusk)
Na imagem. Os pinguins portando os logotipos das redes sociais rivais saúdam o pinguim com o logo do X, sugerindo um reconhecimento irônico da postura do X no atual discurso digital.
— Elon Musk (@elonmusk)
Motivos por trás das demissões
Uma matéria do site aponta que várias divergências entre Musk e os membros da equipe foram o pivô dos cortes.
Aaron Rodericks, diretor da equipe de Integridade Eleitoral do X, foi um dos funcionários que abandonou o cargo antes dos cortes de Musk. Aliás, Rodericks verbalizou diversas vezes suas preocupações. O ex-funcionário alegou que o X se manteve passivo após ser Rodericks acusado de “restringir a liberdade de expressão” na plataforma. Contudo, em agosto, Rodericks anunciou no LinkedIn oito vagas para o X, o que os candidatos deveriam ter “uma paixão por proteger a integridade das eleições e eventos cívicos.”X segue na contramão do cenário de mudanças digitais
Ao contrário do X, grandes plataformas como Facebook, TikTok, Instagram, Google e Microsoft atenderam às novas exigências da Lei dos Serviços Digitais UE. De acordo com a nova lei, as plataformas digitais devem eliminar contas falsas e combater a desinformação e o discursos de ódio.
Enquanto o X optou por não seguir essas diretrizes da UE, Musk, no entanto, havia se comprometido anteriormente a aderir a essas regras de combate a fake news.Mesmo assim, preocupações em relação à postura da moderação de conteúdo do X sob a liderança de Musk fizeram despencar o número de anunciantes no site, cuja maior fonte de receita é a publicidade.