Mural de 3 mil anos revela desenho de um Deus-aranha empunhando uma faca no Peru

Os arqueólogos do estudo atribuem a huaca e o mural à cultura Cupisnique, que usava as aranhas como símbolo divino.
Uma visão do mural descoberto. A pata da aranha e o cabo da faca são visíveis. Captura de tela: Agencia de Noticias Andina/YouTube
Provavelmente tinha oito patas, e pelo menos uma delas ainda empunha uma faca. Esse é o relato de arqueólogos no norte do Peru que anunciaram a descoberta de um mural de 15 metros que já foi a peça central de um santuário pré-colombiano.

A descoberta foi feita em novembro de 2020, quando agricultores que buscavam expandir suas terras destruíram parcialmente uma huaca — estrutura cerimonial peruana — instalada entre suas plantações de abacate e cana-de-açúcar. A huaca, agora cortada ao meio, revelou um mural impressionante.

Tradução: Escavadoras destruíram um monte de adobe (que não era conhecido e que seria do período Cupisnique) para expandir as terras agrícolas. O fragmento de um mural sobreviveu. Aumentei o contraste da foto original para que o desenho seja melhor apreciado. Detalhes no link.

“O que temos aqui é um santuário que teria sido um centro cerimonial há milhares de anos”, disse Régulo Franco Jordán, um dos arqueólogos que escavou e preservou os elementos da antiga obra de arte que não havia sido demolida, ao jornal peruano . Jordán estimou que o mural tinha cerca de 3,2 mil anos e observou que algo em torno de 60% da huaca foi destruída. Os arqueólogos atribuem a huaca e o mural à cultura Cupisnique, que usava as aranhas como símbolo divino. Os Cupisnique habitaram a região, hoje conhecida como Vale do Virú, durante grande parte da Idade do Ferro. Em 2008, um afresco de uma aranha divina apareceu em um templo atribuído aos Cupisnique nas proximidades, e outros locais habitados por esses povos revelaram cerâmica adornada com aracnídeos.

Este local, apelidado de Tombalito por Jordán, é cortado pelo rio Virú, na costa noroeste do Peru. É possível distinguir algumas das patas do aracnídeo e a arma que ele empunha em uma “mão”. Os pigmentos vermelho, branco, amarelo e cinza mal se distinguem do solo castanho cáqui.

“A aranha do santuário está associada à água e era um animal extremamente importante nas culturas pré-hispânicas, que viviam de acordo com um calendário cerimonial”, disse Jordán ao La Libertad. “É provável que tenha havido uma cerimônia especial da água sagrada realizada entre janeiro e março, quando as chuvas caíram das áreas mais altas.”

Há detalhes adicionais nos cantos do mural exposto que sugerem que há mais obras de arte Cupisnique para descobrir além da aranha. Mas a equipe irá cobrir temporariamente o local e retornar para mais trabalhos de escavação, conforme a pandemia permitir.

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