Não é de hoje que escutamos falar sobre o branqueamento da Grande Barreira de Corais da Austrália. Na verdade, episódios extremos de branqueamento já aconteceram por lá em 2016, 2017 e 2020.
Agora, a história se repete. A Autoridade Marinha da Grande Barreira de Corais disse em relatório que a região está sofrendo um branqueamento generalizado e severo devido ao aquecimento do oceano.
Isso ocorre quando os corais, que são animais, sofrem estresse ambiental. A alta das temperaturas leva a expulsão das algas que vivem ali em mutualismo (uma associação positiva para ambas as espécies), deixando apenas o esqueleto esbranquiçado do cnidário.
Mas o anúncio, dessa vez, traz uma tensão extra. Daqui a três dias, uma equipe das Nações Unidas irá avaliar a condição do recife. Dependendo do que for visto, o Patrimônio Mundial para “Patrimônio em Perigo” devido aos estragos das mudanças climáticas.
A UNESCO já havia tentado mudar o status da Grande Barreira de Corais em julho do ano passado, mas uma comoção internacional evitou a medida. Uma nova discussão deve ocorrer em junho deste ano durante a reunião anual do Comitê do Patrimônio Mundial.
É difícil manter as expectativas altas. O branqueamento em grande parte das regiões foi considerado grave, ou seja, com mais de 60% dos corais atingidos. Além disso, as temperaturas oceânicas vistas na região na semana passada ficaram entre acima da mediana.
Os efeitos foram maiores em algumas áreas mais ao norte ou próximas da costa, com temperaturas de 2ºC a 4ºC graus acima do normal. Os recifes próximos à cidade de Townsville foram os mais impactados.
Para o Greenpeance, o branqueamento severo e generalizado de corais sofrido durante um padrão climático La Niña – associado a temperaturas mais baixas do Oceano Pacífico – é uma evidência do fracasso do governo em proteger os corais da Austrália dos impactos das mudanças climáticas.