Furacões e mudanças climáticas podem tornar aranhas mais agressivas
Uma equipe de pesquisadores no Canadá e nos Estados Unidos, liderada por Alexander Little, da Universidade da Califórnia em Santa Bárbara, estudou o comportamento da aranha Alosimus studiosus na costa atlântica da América do Norte.
A espécie A. studiosus vive em colônias ao longo de rios e córregos. Algumas colônias são agressivas e outros são pacíficas, de acordo com o nesta terça-feira (20) na revista Nature Ecology and Evolution. Pesquisas anteriores já demonstraram que as colônias como um todo podem ser mais agressivas ou dóceis, com base nos recursos a que a colônia tem acesso.
Como os ciclones podem alterar os habitats, talvez também alterem o comportamento dessas colônias. Para estudar isso, os pesquisadores precisaram medir a agressividade das colônias e como elas prosperam antes e depois de uma tempestade.No entanto, este estudo “é um exemplo notável que resolve essa lacuna de conhecimento; estudando os impactos de ciclones tropicais com replicações espaço-temporais e locais de controle, eles mostram que a seletividade para colônias mais agressivas de Anelosimus studiosus é uma resposta evolutiva robusta a distúrbios induzidos por ciclones”, escreveu Eric Ameca, pesquisador da Beijing Normal University, em um . Ele achou que o estudo oferecia um importante insight sobre como certas espécies se adaptam em condições climáticas extremas.
Quanto ao motivo de as aranhas se tornarem mais ariscas, os pesquisadores tiveram algumas ideias. Talvez haja menos presas logo após o ciclone, ou talvez a tempestade mate algumas das mães e as force a descobrir como sobreviver com menos cuidado maternal, favorecendo indivíduos mais agressivos. Ok, mas como a mudança climática afeta tudo isso? O de como modelos mostram que o aquecimento dos oceanos leva a tempestades cada vez mais poderosas. Agora, sabemos que as tempestades mais poderosas podem significar aranhas mais poderosas, além de todos os outros problemas que causam. Este é apenas um estudo sobre uma espécie, é claro. Mas se pesquisas anteriores já encontraram correlações entre tempestades e evolução entre certas espécies, então este estudo oferece evidências ainda mais convincentes. Tudo isso me leva a concluir uma coisa: depois do apocalipse, os artrópodes reinarão.