Cientistas chineses modificam genética de embriões humanos para deter HIV
Um ano após cientistas da China modificarem o DNA de embriões humanos, outra equipe de pesquisadores chineses repetiu o feito. Eles introduziram resistência ao HIV nos embriões, mostrando o enorme potencial para a edição genética.
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Os cientistas usaram a CRISPR, uma poderosa ferramenta para editar genes, em 26 embriões humanos. No entanto, apenas quatro foram modificados com êxito; um número significativo de embriões passou por mutações não-intencionais. Esta pesquisa mostra como ainda estamos longe de usar a CRISPR de uma forma precisa, sem desencadear mutações fora do alvo.
Controvérsia
Experimentos como este certamente geram controvérsia. Ainda existe algum desconforto em modificar embriões humanos no laboratório, mesmo se eles não forem usados para facilitar uma gravidez. Alguns críticos do novo estudo dizem que cientistas não devem “brincar” com embriões humanos dessa forma, argumentando que embriões derivados de primatas serviriam igualmente bem. Além disso, há uma preocupação significativa de que, no futuro, estas modificações germinativas possam ser transmitidas para a próxima geração, o que poderia resultar em consequências imprevisíveis. E, claro, há todo um debate sobre “bebês projetados” e a perspectiva de aperfeiçoamento humano.Este estudo também vem na esteira de uma nova pesquisa mostrando que a CRISPR pode ser usada para remover traços do HIV de células do sistema imunológico (embora com ). Isto sugere que a técnica poderia combater o HIV sem modificar a genética de embriões humanos.
Modificando embriões humanos
No ano passado, a Cúpula Internacional sobre Edição Genética Humana decidiu que pesquisadores americanos podem editar embriões humanos, . As diretrizes exatas que os cientistas deverão seguir virão ainda este ano. Além disso, uma equipe no Reino Unido recebeu autorização recentemente em pesquisas sobre desenvolvimento fetal. O progresso nesta área deve, portanto, avançar nos EUA e no Reino Unido, mas é evidente que os chineses estão à frente do jogo – quer você concorde com os métodos deles ou não.No ano passado, cientistas chineses modificaram um gene responsável por uma doença fatal no sangue. Foi um momento divisor de águas na biotecnologia, mostrando o enorme potencial da CRISPR. Caso esta tecnologia chegue ao estágio clínico, ela poderia ser usada para eliminar todo tipo de doenças genéticas, e também poderia ser usada para introduzir aperfeiçoamentos.
Nesse estudo, foram usados embriões humanos “não-viáveis”, coletados de clínicas de fertilização, que não tinham como virar pessoas pois foram fecundados com o DNA de dois espermatozoides. Os embriões foram rapidamente destruídos após o experimento. []Foto por ICSI