Por que raios adotam o formato em zigue-zague e por que a coluna que liga o raio à nuvem permanece escura? Após 50 anos de investigação, a física tem finalmente uma resposta para esse dilema, com o perdão do trocadilho, chocante.
John Lowke, pesquisador da University of South Australia (UniSA), desvendou a questão e a publicou no .
Segundo o cientista, a resposta está em moléculas de oxigênio metaestáveis conhecidas como singletos delta. Essas são formadas quando os elétrons atingem as moléculas de oxigênio com uma alta dose de energia.
Após a colisão com as moléculas, os elétrons “descolados” formam uma etapa altamente condutora – inicialmente luminosa – que redistribui o campo elétrico, provocando etapas sucessivas. Temos então o zigue-zague, também chamado de degraus do raio.
Isso explica ainda porque a coluna condutora que liga o raio à nuvem permanece escura. Basicamente, os elétrons se ligam às moléculas neutras de oxigênio e, em seguida, sofrem o desprendimento imediato pelas moléculas singleto delta, mantendo o ambiente sem brilhos.
O para-raio, inventado em 1752 por Benjamin Franklin, atrai os clarões e carrega a carga elétrica até o solo, dissipando-a, evitando que edifícios sejam danificados. Para ter uma ideia, o Empire State Building, considerado um prédio alto e isolado, é atingido por raios cerca de 25 vezes por ano.
Entender o funcionamento pleno do fenômeno pode ajudar os cientistas a melhorar a proteção contra os seus estragos, principalmente dentro de um cenário de mudanças climáticas. No futuro, são esperados eventos extremos com maior frequência, o que envolve um aumento de tempestades e, consequentemente, da queda de raios.