Nova missão da NASA vai observar bilhões de anos da história do universo

A NASA aprovou a construção do telescópio espacial SPHEREx, que deve estudar as origens do universo e de sinais de vida, como água e moléculas orgânicas.
Conceito do telescópio espacial SPHEREx
Caltech
Uma , chamada SPHEREx, será usada como um observatório espacial para estudar as condições iniciais do universo e buscar por ingredientes celestiais necessários para a vida.

Proposta em 2016, a missão SPHEREx (cuja sigla traduzida é Espectro-Fotômetro para a História do Universo, Época de Reionização e Exploração de Gelos) foi escolhida pela NASA entre oito propostas de missões, pois “ofereceu o melhor potencial científico e maior plano de desenvolvimento de viabilidade”, nas palavras da agência espacial.

O observatório orbital irá pesquisar o espaço tanto na luz visível quanto na luz infravermelha, fornecendo um “tesouro de dados únicos para os astrônomos”, como disse Thomas Zurbuchen, administrador associado da diretoria de missão científica da NASA, em um comunicado da agência. A missão de dois anos, que tem orçamento de US$ 242 milhões (excluindo os custos de lançamento), pode ser lançada apenas em 2023. O astrônomo do Instituto de Tecnologia da Califórnia (Caltech) servirá como o pesquisador líder do projeto. Outros parceiros para o projeto incluem o Laboratório de Propulsão à Jato da NASA, o Instituto de Astronomia e Ciência Espacial da Coreia e a Ball Aerospace, uma empresa do Colorado (EUA) que faz espaçonaves. A SPHEREx será usada para analisar mais de 300 mil galáxias, incluindo algumas que estão a 10 bilhões de anos-luz. Assim, o observatório conseguirá “retroceder no tempo cosmológico”, permitindo que os astrônomos tenham um vislumbre do universo primitivo. A SPHEREx “entregará um mapa galático sem precedentes contendo ‘impressões digitais’ dos primeiros momentos da história do universo”, disse Zurbuchen, adicionando que ele fornecerá novas provas de um dos grandes mistérios da ciência: “O que fez o universo se expandir tão rapidamente em menos de um nanosegundo depois do Big Bang?”

Astrônomos usarão o SPHEREx para estudar milhões de estrelas dentro da Via Láctea. O observatório procurará pelos blocos fundamentais da vida, como água e moléculas orgânicas. Regiões onde as estrelas se formam de densas nuvens de gás e poeira também serão estudadas, juntamente com discos protoplanetários, onde planetas se formam ao redor de estrelas jovens.

A SPHEREx completará as pesquisas no espaço em intervalos de seis meses. Estes dados serão usados para criar mapas do cosmo em 96 bandas distintas de cores — muito mais do que as iniciativas anteriores. A missão também fará algumas preparações para os futuros telescópios espaciais, como o James Webb e o Wide Field Infrared Survey, ao ajudar a selecionar possíveis objetos interessantes para observações mais detalhadas.

David Sobral, um astrofísico da Universidade de Lancaster, disse que ele está “animado” com o fato de a NASA estar por trás do SPHEREx. Ele diz que isso ajudará os astrônomos em sua busca contínua em entender a origem do universo, das galáxias e até da origem da água nos sistemas planetários.

“Acho que o fato de ele pesquisar todo o céu, incluindo comprimentos de ondas longas, e também dividir a luz em diferentes comprimentos de ondas permitirá algumas descobertas planejadas fantásticas, mas também muitas descobertas surpresa”, afirmou Sobral ao Gizmodo. “Não é apenas sobre centenas de milhões de galáxias que poderemos estudar, mas também sobre a luz de fontes fracas, algumas delas incrivelmente distantes, e a SPHEREx conseguirá revelar e avançar nossa compreensão do universo muito primitivo.” Sobral também gostou do design e simplicidade da missão, que ele disse que “resultará em uma ciência fantástica a custos muito reduzidos”. Pessoalmente, gosto muito do fato de que a SPHEREx fornecerá quatro escaneamentos completos do espaço visível em seus dois anos de missão. Além de permitir análises comparativas de objetos estudados, o observatório provavelmente será usado para corroborar dados de outros telescópios no caso de algum fenômeno celestial inesperado, como uma explosão de supernova. A missão parece animadora, mas só vamos poder apreciar os esforços da equipe assim que os dados começaram a chegar por aqui. Isso ocorra em até quatro anos, caso não haja atrasos. []

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