O observatório Gaia, da Agência Espacial Europeia (ESA), foi lançado em 2013. Desde então, a missão tem mapeado a Via Láctea, buscando obter o maior conjunto de dados possível sobre a nossa galáxia.
As informações são disponibilizadas em lotes. As primeiras vieram em 2016, com o segundo grupo sendo liberado em 2018. Nesta segunda-feira (13), mais um conjunto de dados foi publicado, somando agora detalhes sobre 1,6 bilhão de estrelas e 158.000 asteroides.
Desta vez, os cientistas resolveram ir além. Não só mostraram a localização dos objetos celestes no espaço como também revelaram a composição química de estrelas e mostraram sua velocidade radial –medida em que as estrelas se aproximam ou se afastam da Terra.
Tais observações podem revelar detalhes da Via Láctea. Isso porque o “Big Bang” em si produziu apenas hidrogênio e hélio, considerados elementos leves. Já os elementos pesados, conhecidos como metais, surgiram do núcleo das estrelas. Quando essas esferas de plasma explodem em supernovas, os elementos são liberados na forma de gás e poeira, criando um ambiente propício para que outras estrelas sejam formadas.
Para , astrônomo da University College London, no Reino Unido, “o mapeamento químico de Gaia é análogo ao sequenciamento do DNA do genoma humano. Quanto mais estrelas tiverem a composição química conhecida, melhor poderemos entender nossa galáxia como um todo.”
Os dados mostram, por exemplo, que as estrelas mais próximas do centro da Via Láctea são mais metálicas do que as estrelas localizadas na periferia. Essa composição das estrelas pode ajudar os cientistas a entender sobre o local de nascimento dos objetos e para onde eles se moveram depois de formados.
O novo lote de dados pode ainda revelar asteroides que são quase impossíveis de detectar da Terra, pois orbitam muito próximos do Sol. Como essas rochas vêm de locais distantes, como o Cinturão de Asteroides, são capazes de sobre outros pedregulhos potencialmente perigosos para o nosso planeta.