Ciência
Minhocas produzem 140 milhões de toneladas de alimentos, mostra estimativa inédita
Minhocas são responsáveis por quase 7% das colheitas globais de grãos, como arroz, trigo e milho, mostra nova pesquisa
Imagem: Freepik/Reprodução
Só de falar a palavra “minhocas” tem gente que sente calafrios! Mas a verdade é que todos nós temos muito a agradecer a esses invertebrados. Um estudo inédito mostrou que elas são responsáveis pela produção de mais de 140 milhões de toneladas de alimentos mundialmente.
Segundo o primeiro estudo sobre o assunto, nesta semana, somente para as colheitas de trigo, a contribuição das minhocas equivale a aproximadamente uma fatia de cada pão.
Funciona assim: ao se alimentarem de matéria vegetal morta, as minhocas libertam nutrientes muito mais rapidamente do que os micróbios do solo fariam sozinhos. Elas também melhoram a estrutura física do solo.
E à medida que os vermes digerem a matéria vegetal, a água da chuva consegue penetrar melhor isso solo. Isso permite que as raízes cresçam mais facilmente.
“É uma descoberta muito importante e interessante”, afirma Helen Phillips, ecologista da Saint Mary’s University. “Isso realmente destaca a importância das minhocas, juntamente com outros organismos do solo, como fornecedores de funções e serviços ecossistêmicos”, disse à revista Science.
Como o cálculo da contribuição das minhocas foi feito
Para calcular o quanto estes silenciosos engenheiros do solo aumentam a produção de alimentos em todo o mundo, a equipe de Steven Fonte, ecologista de solos e agroecossistemas da Universidade Estadual do Colorado, EUA, combinou um atlas global da abundância de minhocas com mapas de colheitas agrícolas.
Eles também levaram em consideração estimativas anteriores sobre o aumento da produtividade das plantas. A equipe descobriu que as minhocas são responsáveis por quase 7% das colheitas globais de grãos, como arroz, trigo e milho.
A contribuição é menor – cerca de 2% – para as leguminosas, incluindo a soja e as lentilhas. Isso porque estas culturas podem cooperar com os micróbios para produzir o seu próprio azoto e, portanto, dependem menos dos vermes para ter esse nutriente.