Microsoft consegue licença exclusiva de uso da linguagem neural GPT-3
Pode-se dizer que a Microsoft escolheu esta semana para tirar o escorpião do bolso. Na segunda-feira (21), a empresa anunciou um contrato de US$ 7,5 bilhões para adquirir a ZeniMax Media, que controla a Bethesda e outros estúdios de jogos de videogame. Agora, a companhia confirmou outro acordo que também pode ter grande impacto ao longo dos próximos anos: uma licença exclusiva para o modelo de linguagem de inteligência artificial , da OpenAI.
Há anos a OpenAI tem ganhado destaque no cenário de tecnologia, principalmente pelo fato de Elon Musk ter sido um dos primeiros investidores. Mais recentemente, os da OpenAI têm chamado a atenção por conta própria, e outros grandes investidores surgiram no caminho. A própria Microsoft na empresa no ano passado.
E o que a GPT-3 tem diferente? Apesar de não ser a primeira inteligência artificial do mundo, a tecnologia da OpenAI tem sido considerada um modelo de linguagem , capaz de superar qualquer coisa que vimos até então quando se trata de imitar a fala humana e receber .
No tuíte abaixo, o desenvolvedor Sharif Shameem exemplifica o poder da inteligência artificial da OpenAI. Primeiro, ele descreve o layout para uma página da internet. Na sequência, a GPT-3 gera os códigos da solicitação automaticamente, com resultados quase perfeitos.Here's a sentence describing what Google's home page should look and here's GPT-3 generating the code for it nearly perfectly. — Sharif Shameem (@sharifshameem)
O anúncio não é totalmente claro sobre o que a licença da OpenAI cobre. O Gizmodo pediu mais detalhes à Microsoft e um porta-voz nos disse que “uma licença exclusiva dá à Microsoft acesso ao código por trás do modelo GPT-3, que inclui um conjunto de avanços técnicos, para que possam integrar esses recursos de forma rápida produtos e serviços da Microsoft, entregando, assim, novas e poderosas soluções baseadas em IA para seus clientes”.
Scott escreveu que os desenvolvedores continuarão a ter acesso à da OpenAI, que será executada exclusivamente no serviço de nuvem Azure da Microsoft. Ele citou especificamente “pesquisadores, empresários e companhias” como exemplos de grupos que ainda poderão usar o modelo. , a OpenAI também deixou claro que “o acordo não tem impacto sobre o acesso contínuo ao modelo GPT-3 por meio da API”. Entramos em contato com a Microsoft para obter mais detalhes sobre quais áreas serão de uso 100% exclusivo da empresa, mas ainda não recebemos uma resposta. E quais aplicações seriam beneficiadas? Podemos esperar que a Microsoft se concentre em soluções corporativas que nunca serão relevantes para o consumidor final. No entanto, a GPT-3 pode ser usada para , atendimento automatizado ao cliente, chatbots, design de sites simples, serviços de tradução, otimização de assistente de voz e realização de entrevistas de emprego. A inteligência artificial da OpenAI pode até , como este que você está lendo agora mesmo. Por conta do número elevado de possibilidades, o uso dessa IA causou muita controvérsia sobre um potencial risco de abuso do sistema, bem como preconceitos inerentes que provavelmente podem ser encontrados em todos os produtos de aprendizado de máquina.Quando a OpenAI mostrou pela primeira vez a GPT-2, modelo anterior da versão atual, a própria startup disse se preocupar de que seria lançar a inteligência artificial na íntegra para o público. Para ter uma perspectiva de quão longe o modelo chegou, basta saber que a GPT-2 tinha de parâmetros; a GPT-3, por sua vez, está trabalhando com de parâmetros. Isso só mostra que, ao mesmo tempo em que a versão mais recente é uma evolução bastante significativa, também apresenta um risco muito maior para aqueles que estão preocupados com a possibilidade de transformá-la em uma .
A GPT-3 ainda tem um a percorrer antes de poder se comunicar com segurança e enganar os humanos sobre suas origens sintéticas – no melhor (ou pior, né?) estilo Skynet de O Exterminador do Futuro. Mas qualquer um que tenha dado uma olhada nos fóruns que falam da teoria da conspiração Qanon, sabe que a desinformação online não precisa conter clareza ou coerência para ter um impacto massivo.