Micróbios podem ter provocado mudanças climáticas em Marte
Em estudo conduzido por pesquisadores franceses, Marte era similar à Terra e consumo de gases por micróbios específicos levou ao resfriamento do planeta. Saiba detalhes
Um novo estudo conduzido pelo Institut de Biologie de l’Ecole Normale Supérieure, da França, levantou a hipótese de micróbios excretores de metano serem os responsáveis pela atmosfera pouco habitável de Marte.
De acordo com o estudo francês, Marte era relativamente similar à Terra há cerca de 3,7 milhões de anos. O planeta vermelho apresentava um clima quente, com temperaturas que variavam entre 10ºC e 20ºC. A composição de sua atmosfera, no entanto, era bem diferente da terrestre.
Naquele momento, Marte tinha uma atmosfera bastante densa, rica em dióxido de carbono e hidrogênio — importantes gases de efeito estufa. A partir da metabolização desse último gás, micróbios que lá viviam liberavam metano como resultado do processo químico-biológico.
Ao Space.com, o astrobiólogo Boris Sauterey, que liderou a pesquisa francesa, explicou que Marte necessitava de gases de efeito estufa por estar mais distante do Sol e, assim, manter a temperatura do planeta mais quente.
Porém, conforme o consumo desses gases aumentou, o que aconteceu foi exatamente o oposto: em vez de quente, Marte se tornou um planeta frio.“Os micróbios substituíram o hidrogênio por um gás de aquecimento menos potente, o metano, que teria um efeito líquido de resfriamento (…) Não vemos isso na Terra porque a atmosfera do nosso planeta não é tão rica em dióxido de carbono como a de Marte costumava ser”, explicou Sauterey.