Memória é recuperada por um mês com estímulo transcraniano, diz estudo
Uma “tampa” embutida com eletrodos para estímulo elétrico transcraniano: essa é a nova tecnologia que promete aumentar a memória de idosos por pelo menos 30 dias.
A descoberta está em um novo estudo na revista científica Nature. Segundo a pesquisa, a tecnologia poderá ser usada para estimular a memória de pessoas em risco de demência.
Pelo menos 150 idosos com idades entre 65 e 88 anos receberam acompanhamento na pesquisa. Todos tinham algo em comum: o diagnóstico de algum distúrbio neurológico.
Os resultados foram surpreendentes: o desempenho da memória melhorou de 50% a 65% nos participantes que receberam a descarga elétrica. Na prática, eles lembraram de quatro a seis palavras a mais que o grupo que recebeu o estímulo placebo.
O estudo também identificou que a intervenção foi capaz de aumentar a memória de trabalho e memória a longo prazo dos participantes. Os dois tipos são essenciais: o 1º ajuda a armazenar informações por segundos e minutos, enquanto o 2º guarda dados por meses ou anos.
Outro avanço foi identificar que os idosos que entraram no experimento com a pior função cognitiva mostraram maior melhora durante a intervenção e um mês depois. Esse é um indicativo importante para iniciar um ensaio clínico em pessoas com doença de Alzheimer no futuro.
Próximos passos
O experimento funcionou da seguinte forma: os participantes usaram a “tampa” sobre a cabeça enquanto os pesquisadores enviaram uma fraca corrente elétrica para seus cérebros, de fora para dentro. Todos, então, deveriam dizer cinco listas de 20 palavras.
No grupo, 40 pessoas receberam tratamento placebo – ou seja, usaram a tampa, mas não receberam estímulo elétrico. O processo se repetiu por 20 minutos em quatro dias consecutivos.
A pesquisa ainda está nos estágios iniciais, mas os resultados causaram entusiasmo na comunidade científica. Os próximos passos incluem mais estudos para determinar se os efeitos podem durar mais de um mês.
Outra dúvida é se os estímulo transcraniano ajuda o desempenho da memória em pessoas com cognição prejudicada por distúrbios neurodegenerativos, como a doença de Alzheimer, por exemplo.