Parece que Mark Zuckerberg foi a razão para os fundadores do Instagram deixarem o Facebook
Na segunda-feira (24), os fundadores do Instagram anunciaram que eles estavam planejando deixar a empresa para se concentrarem em novas oportunidades. Para a surpresa de ninguém, parece que o problema disso tudo é o CEO do Facebook, a companhia dona do Instagram. E, com uma onda de saídas de fundadores de empresas adquiridas, os usuários deveriam temer uma Facebookização do Instagram.
Por vários anos, o Facebook fez uma série de grandes aquisições. Fazem parte do rol companhias como Oculus, WhatsApp e o próprio Instagram. Em cada um dos casos, os fundadores passaram a administrar as empresas sob o guarda-chuva do Facebook, e com a saída do brasileiro Mike Krieger e de Kevin Systrom, todos os fundadores das últimas grandes aquisições deixaram a empresa. Na terça-feira (25), a entre os executivos do Instagram e Mark Zuckerberg sobre o futuro do app, que pode se tornar o produto mais importante do Facebook. Da reportagem da Bloomberg:
Os fundadores do Instagram estão deixando o Facebook após crescentes tensões com o CEO do Facebook, Mark Zuckerberg, sobre a direção do do app, de acordo com o que disseram pessoas familiarizadas com o assunto… Ultimamente, eles estavam frustrados com o envolvimento diário de Zuckerberg, que passou a se apoiar mais no Instagram ao planejar o futuro do Facebook, dizem pessoas que pediram para não serem identificadas.
As fontes do também confirmaram que a saída de Systrom e Krieger ocorreu “em meio à frustração e agitação com o aumento de controle de Mark Zuckerberg, CEO do Facebook, sobre o Instagram.”. Eles também disseram que esperavam que executivos do Facebook ocupem os cargos vazios.
Mesmo assim, Krieger e Systrom estavam dispostos a fazer vários tipos de alterações: os usuários não têm mais a opção de postar foto no formato quadricular, o serviço agora usa uma timeline regida por algoritmo, dentre várias outras pequenas alterações. Uma das grandes mudanças que os fundadores lutaram contra foi a insistência do Facebook de copiar o formato “Stories” do Snapchat, que apaga vídeos e fotos após 24 horas. De acordo bom a Bloomberg:
Krieger e Systrom se recusaram a fazer uma funcionalidade parecida, até que Zuckerberg pediu pessoalmente o recurso, segundo uma pessoa familiar com as discussões. Zuckerberg temia que se o Instagram não fizesse nada para se diferenciar, teria risco de perderem uma geração toda de usuários. Uma porta-voz disse que o Instagram “iniciou e conduziu a criação dos Stories internamente e que não foi alvo de pressão”. Systrom reconhece que havia tensão na direção do Facebook, mas que ele é grato por isso.A sorte é que o Instagram se tornou um super sucesso. No entanto, o IGTV, o esforço da empresa em fazer usuários verem vídeo mais longos verticais no Instagram, .
O Instagram está rapidamente adicionando novos recursos, como e , enquanto deixava de lado que os usuários gostavam. Não sabemos o que foi o ponto de discordância entre as partes, mas o Verge cita que, na última semana, o Instagram passou a testar um recurso que permite com que usuários compartilhem posts de outras pessoas para seguidores. Systom e Krieger não curtiram a ideia já há algum tempo, temendo o aumento de problemas de autenticidade, pois incentivaria o compartilhamento de conteúdos virais.
A viralidade ao compartilhar um conteúdo muito popular poderia abrir a possibilidade de influenciar campanhas políticas e de abusos de usuários, como já ocorre no Twitter e no Facebook. Krieger disse à Bloomberg em abril que no fim das contas, “faria as pessoas sentirem que o conteúdo no feed delas não era aquele que elas tinham escolhido.” Agora, Zuckerberg tem a tarefa de preencher as vagas de CEO e de chefe de engenharia de seu empreendimento mais promissor, e ele tem dois executivos a menos para dizer que suas ideias podem ser ruins. A sorte de Zuck é que não existe uma alternativa legítima ao Instagram para os usuários migrarem, então, ele pode ainda testar muitas ideias estúpidas. No entanto, se o crescimento estagnar, como ocorreu com o Facebook, a outra promessa de longo prazo da companhia é a realidade virtual e, bem, é melhor nem tocar nesse assunto, né? []Imagem do topo: Getty Images