Mapa da água mostra situação crítica em 25 países do mundo
Esta é a Semana Mundial da Água, quando políticos, especialistas, sociedade civil e agências da ONU em todo o mundo se mobilizam para debater o tema. E, neste momento, soa um novo alerta. A lançou na semana passada um mapa que evidencia a crise hídrica mundial.
De acordo com a , o planeta Terra tem 0,5% do total da água potável utilizável e disponível. Mas em meio a alterações do clima e a má gestão do recurso, sua disponibilidade é afetada. A estimativa é que cerca de 2 bilhões de pessoas não tenham atualmente acesso à água potável no mundo.
Com o mapa do WRI, é possível localizar quais as regiões que mais sofrem com escassez do recurso. Eles levaram em consideração a relação entre a demanda e a quantidade renovável do recurso. Dessa forma, quanto menor é a diferença entre a oferta e a demanda, mais vulnerável um local está.
Assim, um país que enfrenta escassez extrema de água utiliza pelo menos 80% de seu suprimento disponível. Atualmente, 25 países estão nesta condição e mesmo um período mínimo de seca já coloca a população em risco de não ter água em casa.
Além disso, outra parte da relevante da população mundial sofre com o problema por, pelo menos, um mês a cada ano. Somada com a população dos 25 países mais expostos à escassez hídrica, são 4 bilhões de pessoas (50% da população mundial) vivendo sob grande estresse hídrico.
O que o mapa revela
De acordo com o mapa, Barein, Chipre, Kuwait, Líbano e Omã são os cinco países mais afetados pela escassez de água. Por enquanto, o Brasil se encontra entre os países de baixo a médio estresse hídrico.
25 países expostos ao estresse hídrico extremo anualmente
- Bahrein
- Chipre
- Kuwait
- Líbano
- Omã
- Catar
- Emirados Árabes
- Arábia Saudita
- Israel
- Egito
- Líbia
- Iemen
- Botsuana
- Irã
- Jordânia
- Chile
- República de São Marino
- Bélgica
- Grécia
- Tunísia
- Namíbia
- África do Sul
- Iraque
- Índia
- Síria
Quando se olha para as regiões, o Oriente Médio, o Norte da África e o Sul da Ásia são as áreas mais afetadas pela crise hídrica. As primeiras possuem cerca de 83% da população exposta a um nível extremamente alto de falta de água. Já a terceira tem 74% de seus habitantes convivendo com a escassez.
Já nos países ricos da América do Norte e da Europa, a demanda por água estagnou. Segundo o WRI, esse cenário é fruto do investimento destes governos em eficiência no uso da água, o que reduziu seu consumo.
Ainda assim, é importante lembrar que o uso da água se estende além das fronteiras nacionais. O aumento na demanda muitas vezes resulta de setores como a agricultura irrigada, a pecuária e a manufatura.
São os países ricos que exportam produtos vindos de regiões de média e baixa renda. Dessa forma, eles ainda contribuem para o estresse hídrico à nível mundial.
Ainda pode piorar
A falta de investimento em infraestrutura e a maior variabilidade devido às mudanças climáticas afetam o suprimento de água disponível.
Enquanto isso, a demanda global aumenta. Até 2050, estima-se que a necessidade do recurso cresça entre 20% e 25%. Ao mesmo tempo, o número de bacias hidrográficas com fornecimento de água instável deverá aumentar em 19%.
Por isso, até este período, espera-se que um bilhão adicional de pessoas viva com uma escassez de água alta. Sem intervenções governamentais, o problema continuará piorando, especialmente em lugares com populações e economias em rápido crescimento.