A Grande Mancha Vermelha, maior tempestade anticiclônica do Sistema Solar, presente na atmosfera de Júpiter, pode não ser tão velha quanto se pensava. Confira abaixo.
Novo estudo sobre tempestade do Sistema Solar
Astrônomos tendem a divergir sobre a idade e formação do vórtice do maior planeta da galáxia. Alguns acreditam que a tempestade, observada pela primeira vez pelo astrônomo italiano Giovanni Domenico Cassini, no século 17, seja bastante antiga. Outros acreditam em uma formação mais recente da Grande Mancha Vermelha.
Agora, um novo estudo sugere que a maior tempestade do Sistema Solar se formou há cerca de 190 anos.
Publicado no último dia 16 por pesquisadores da Universidade do País Basco, na Espanha, o estudo que o vórtice que Cassini observou há 359 anos não era a Grande Mancha.
A Grande Mancha Vermelha tem um diâmetro de 16 mil km, similar ao da Terra, atingindo uma altura de mais de 300 km, com ventos de até 432 km/h nos limites da tempestade. A coloração vermelha é visível até mesmo por telescópios pequenos.
Diferentes tempestades em Júpiter
Conforme o título do estudo, “A Grande Mancha de Júpiter Não é a Mesma que Cassini Observou em 1665”, a tempestade do Sistema Solar é diferente.
O estudo se baseia em observações da Grande Mancha Vermelha que apontam que a tempestade não é mais “tão grande”. O vórtice foi encolhendo conforme o tempo, sendo, atualmente, uma fração do seu tamanho anterior.
Segundo Cassini, a tempestade era uma “mancha permanente”, tão característica quanto as quatro luas de Júpiter.
No entanto, nenhum astrônomo conseguiu observar a Grande Mancha Vermelha entre 1713 e 1830. Em 1831, astrônomos observaram uma enorme tempestade com formato oval na mesma latitude da Grande Mancha Vermelha, sendo a que continua a ser vista até hoje.
Assim surgiu a divergência sobre a idade da maior tempestade do Sistema Solar. E os pesquisadores do estudo, para resolver esse debate, coletaram uma vasta quantidade de dados, analisando ilustrações e imagens históricas da estrutura, localização e tamanho da tempestade ao longo do tempo.
Eles usaram esses dados para elaborar modelos numéricos, recriando a possível longevidade da tempestade.
De acordo com o estudo, os cálculos dos tamanhos e dos movimentos da Grande Mancha demonstram que é improvável que a tempestade atual seja a “mancha permanente” observada por Cassini.
Além disso, segundo o estudo, tal “mancha permanente”, provavelmente, desapareceu entre os séculos 18 e 19. Portanto, a maior tempestade do Sistema Solar não é tão velha, com cerca de 190 anos.