Turistas do século XIX tinham as rodas gigantes para se assustarem. O século XX trouxe o bungee jumping e o skydiving. Hoje em dia, cidades dos EUA, China e Canadá estão construindo “passarelas” permanentes de vidro, sendo que a maior delas – com 300 metros – , na China.
Hunan tem uma geologia impressionante e é um dos grandes pontos do turismo de aventuras na China, graças a seus enormes pilares de areia, grutas complexas e florestas . O local é um ímã de turismo há algum tempo, mas nos últimos dois anos uma nova forma de “aventura” ganhou espaço: as pontes de vidro.
Essas passarelas, em que diversos painéis de vidro forte são suspensos acima de um penhasco alto ou um edifício, são populares em todos os lugares atualmente: uma dessas a cerca de 275 metros acima da geleira no Parque Nacional Jasper em 2011. A cidade de Chicago, nos EUA, instalou um deck de vidro na beira do 103º andar da Willis Tower em 2009. O Grand Canyon também tem um desses, uma espécie de plataforma metálica na forma de U que se projeta sobre o desfiladeiro principal, que abriu em 2007.
Mas a China é definitivamente a líder nessa categoria, e muitas dessas passarelas estão sendo construídas em Hunan, onde turistas que visitam maravilhas geológicas são maioria.
A passarela do Grand Canyon. Foto: AP Photo/Ross D. Franklin. Foto de baixo: passarela do Parque Nacional Jasper por /Flickr.
A mais recente dessas abriu em Shiniuzhai, um parque geológico a cerca de uma hora de Changsha. Lá, uma ponte de quase 300 metros de largura de madeira e aço se estendia por um vale há anos. Mas no ano passado, talvez para competir com as passarelas de vidro espalhadas por Hunan, muitas das ripas de madeira foram substituídas por um vidro estrutural com 2,5 cm de espessura.
Ao longo dos últimos meses, o parque substituiu todos os painéis de madeira por vidro, inaugurando uma versão totalmente de vidro da ponte no fim de setembro, de acordo com o . Os visitantes aparecem tirando selfies e se se arrastando pelo vidro nas fotos tiradas pela imprensa.
Em comprimento ela é a maior ponte do tipo existente, mas a competição é muito boa na categoria. Em abril, uma estrutura de vidro, projetada acima de um penhasco de 700 m de altura, abriu em Longgang, em Shenzhen. E em maio, outro sítio geológico de Hunan, o Parque Florestal Nacional Zhangjiajie, abriu que está posicionada na beira de uma montanha a quase 1.500 m acima do chão.
É fácil ver o fascínio por essas estruturas, seja em Hunan ou em qualquer outra parte do mundo onde turistas buscam experiências de “aventura” – e parques sempre estão em busca de atrair esses turistas. É um fenômeno : um grupo de pesquisadores da Universidade Bond na Austrália :
Os resultados confirmam que encarar medo ou desafio, com a garantia de um sentimento de recompensa em seguida, é um grande motivador. No entanto, o aspecto da diversão ainda é fundamentalmente importante para cada atividade. O mercado de jovens viajantes é geralmente extremamente responsivo a marketing viral, que (através de imagens e visual) cria uma imagem de uma “experiência transformadora de vida”, “aventura eletrizante”, e coisas similares.
Essas passarelas oferecem o “medo”, assim como o cenário para as fotos do Instagram, e de uma forma que exige um investimento relativamente baixo. A tecnologia progrediu rapidamente a um ponto em que é fácil construir uma passarela gastando pouco.
A maior ameaça para essas estruturas é geralmente o calçado dos visitantes, que deixa arranhões e manchas no vidro. Em 2011, 46 painéis do Grand Canyon por causa disso. Existem formas de se combater os arranhões, mas eles não são perfeitos.
No Skydeck de Chicago, engenheiros projetaram uma pequena camada de vidro à prova de riscos acima dos painéis estruturais, e eles foram projetados para serem substituídos de meses em meses. Mas, no ano passado, o pequeno vidro cosmético rachou enquanto visitantes estavam pisando nele, assustando um grupo de turistas que posava para uma foto.
Em Shiniuzhai, o parque está tomando precauções contra os arranhões: visitantes precisam usar botas especiais. Elas podem não ficar bonitas em selfies, mas é melhor isso do que a sensação que um visitante de Chicago descreveu no ano passado: “.”