Maior anfíbio do mundo, salamandra-gigante-da-china pode ter 9 espécies
A salamandra-gigante-da-china, o maior anfíbio do mundo, era considerada uma espécie única, mas, agora, pode representar 9 diferentes espécies.
Conforme um estudo na última quinta-feira (3), pesquisadores usaram dados genéticos para confirmar que o maior anfíbio do mundo é um amálgama de espécies que habitam diferentes bacias hidrográficas da China.
7 ou 9 espécies? Diversidade da salamandra-gigante-da-china é mínima
Curiosamente, esta não é a primeira vez que descobrem que a salamandra-gigante-da-china não é uma única espécie. Em 2019, cientistas confirmaram que havia três espécies diferentes do animal, com a Andrias sligoi, ou salamandra gigante do sul da China se tornando o maior anfíbio do mundo.
O animal, que habita o também gigante Rio das Pérolas, no sul da China, chega a crescer até 1,8 metro. Anteriormente, o recorde era da salamandra-gigante-do-japão.
“Nossa pesquisa revela a diversidade oculta. Apesar desses anfíbios serem muitos similares, eles divergem geneticamente em, pelo menos, sete espécies distintas”, explica Marr.
Ainda de acordo com o estudo, o número de espécies da salamandra-gigante-da-china pode chegar a nove, mas ainda não há dados que sustentem essa hipótese. Desse modo, é necessário ainda mais esforços para proteger esse grupo extremamente em risco de extinção.
Risco de extinção pela gastronomia chinesa
Aliás, os cientistas que publicaram o estudo demandam o reconhecimento da salamandra-gigante-da-china como um grupo de 9 espécies para garantir que as leis de proteção se adequem à nova perspectiva.
O pesquisador do Instituto de Zoologia da Sociedade Zoológica de Londres (ZSL), Samuel Turvey, autor do estudo, explica sobre o risco de extinção do maior anfíbio do mundo.
Segundo Turvey, todas as 9 espécies que formam o maior anfíbio do mundo estão em risco de extinção, por isso a urgência para reconhecer as novas espécies da salamandra.“A salamandra-gigante-da-china (Andrias davidianus) é uma espécie em perigo crítico de extinção devido à superexploração de populações silvestres da espécie pela indústria de criação de salamandras que abastece o mercado da alta gastronomia chinesa”, afirma o pesquisador.
Como o estudo descreve, as novas espécies da salamandra, que não têm nomes, não podem entrar em diretrizes nacionais (ou internacionais) de conservação. Portanto, quatro espécies podem ser excluídas dos projetos de preservação.
“Precisamos focar nossa atenção em descrever e classificar cientificamente as novas espécies para garantir que sejam reconhecidas pela legislação ambiental de preservação”.