Maior acelerador de partículas é religado para caçar matéria escura
Grande Colisor de Hádrons é reativado mais poderoso do que antes para tentar desvendar grandes mistérios da Física. Confira a quantidade de energia que será gerada
Após três anos de manutenções e atualizações, o Grande Colisor de Hádrons (LHC) foi reativado para iniciar uma nova campanha de experimentos que pretende estudar, entre várias pesquisas, a enigmática matéria escura. O anúncio foi feito pela Organização Europeia para a Pesquisa Nuclear (o ).
Na última sexta-feira (22), dois feixes de prótons circularam o longo anel de 27 km do LHC –localizado na fronteira da Suíça com a França– a um nível de energia de 450 bilhões de elétron-volts. A reativação bem-sucedida marcou os preparativos para a retomada da coleta de dados científicos a partir do segundo semestre de 2022 e que deve se estender por cerca de quatro anos.
A expectativa é que a máquina comece aumentar progressivamente a energia e intensidade dos feixes até causar colisões nos experimentos com uma energia recorde de 13,6 trilhões de elétron-volts. Um vídeo sobre a reativação do LHC foi divulgado pelo CERN:
Maior acelerador de partículas do mundo está mais poderoso
De acordo com o diretor de aceleradores e tecnologia do CERN, Mike Lamont, o maior acelerador de partículas do mundo passou por grandes atualizações durante este segundo e longo período de desligamento. “O próprio LHC passou por um extenso programa de consolidação e agora operará com uma energia ainda maior e, graças a grandes melhorias no complexo de injetores, fornecerá significativamente mais dados para os experimentos atualizados do LHC”, afirmou Lamont.
Durante a paralisação, os detectores ATLAS e CMS foram atualizados para eles receberem mais colisões do que antes. No caso do ATLAS, por exemplo, ele foi melhorado para receber três vezes mais colisões, e pode ser usado para estudar com mais detalhe o bóson de Higgs e caçar dimensões extra.
Ele também pode ser utilizado para detectar partículas de matéria escura – que compõe 95% de toda a matéria existente do Universo, mas que não conseguimos observá-la daqui da Terra de forma direta.
Já o ALICE, um detector especializado para estudar a física da matéria, pode esperar um aumento de cinquenta vezes no número total de colisões de íons pesados registradas.
Ao longo desta nova campanha –batizada de Run 3– o LHC também utilizará novos experimentos, como o FASER e SND@LHC, que vão medir a frequência de formação de antimatéria de prótons durante as colisões, além de ampliar o conhecimento dos físicos sobre raios cósmicos e do plasma quark-gluon –um estado da matéria que existia logo após o Big Bang.
Conforme apontou o site Space, ao fim desta nova campanha, o . Ele receberá atualizações para se tornar um acelerador de partículas massivo, sendo renomeado posteriormente para “Grande Colisor de Hádrons de Alta Luminosidade”, ou HL-LHC.