A limpeza de Fukushima desperdiçou meio bilhão de dólares em tecnologia ruim
>>> O plano bilionário para armazenar a sujeira contaminada de Fukushima
Mas a AP diz que a maior parte disso foi desperdiçado porque ninguém realmente sabia como limpar o local. A empresa gastou milhões em equipamentos e máquinas que, teoricamente, poderiam ter funcionado – mas não funcionaram.
A parede de gelo que não congela
Vamos começar com o que AP chama de “a trincheira descongelada”, vazamentos contaminados de água em um dos túneis que atravessam as laterais da usina, criando um grande risco. A Tepco começou a injetar líquido de arrefecimento nessa água, em uma tentativa de congelá-la, criando uma espécie de parede de gelo. Isso não funcionou.
A Tepco diz que “” congelar completamente as trincheiras: “a subsidiária Tokyo Power Technology até mesmo lançou pedaços de gelo, mas teve de derramar cimento para selar a trincheira”, diz a AP. O projeto custou US$ 840.000, que é fichinha se comparado aos outros itens da lista.
Funcionários da Tepco instalam uma parede congelada no subsolo durante um teste de viabilidade. AP Photo/Koji Sasahara.
Máquinas controversas
Então temos a Areva SA, uma empresa francesa que prometeu que seu sistema ajudaria na limpeza de Fukushima. O problema é que o seu processo foi duramente criticado na França pela Comissão Reguladora Nuclear, por ativistas ambientais e até por médicos.
Contêineres de resíduos nucleares tratados pela Areva na França, em 2011. AP Photo/David Vincent.
Rápido e malfeito
Dois dos outros grandes desperdícios na lista mostram como o ritmo rápido e apressado contribuiu para os deslizes orçamentários. A AP cita tanques de armazenamento para água no valor de US$ 134 milhões que foram “instalados por funcionários não-qualificados” e que “começaram a vazar – a água se infiltrou no solo e, em seguida, foi para o oceano”.
Da mesma forma, uma série de piscinas subterrâneas para armazenamento de água “vazou dentro de semanas”. A auditoria pinta um retrato de uma limpeza atolada em problemas, que resultou de tecnologia não-testada para limpeza. Isso é agravado porque estão sendo descobertos novos vazamentos em Fukushima sem que a Tepco os comunique às autoridades. Em fevereiro, revelou-se que havia água vazando da usina para o oceano, e estava 70 vezes acima dos níveis normais de radiação. Só que a Tepco . A empresa pediu desculpas, mas os efeitos disso no meio ambiente – água, solo e alimentos – não será totalmente compreendido por décadas. []Imagem inicial: sala de controle central dos reatores 1 e 2. AP Photo/Koji Sasahara.