Até quem torce o nariz até se deparar com lagartixas podem simpatizar com esta representante aqui. Chamada de lagartixa-de-crista, ela oferece um sorriso de boca cerrada a todos os que vê e pode mudar de cor, variando entre tons de marrom, verde, cinza, vermelho e laranja.
Além destas características, a espécie Correlophus ciliatus possui outras que a diferenciam bastante daquela que aparece na casa dos brasileiros.
Enquanto a lagartixa doméstica (Hemidactylus mabouia) chega a medir entre dois e 14 centímetros, a sorridente pode chegar até a 30 centímetros. Seu nome também é fruto de uma característica marcante: ela possui cristas ao redor do corpo e dos olhos.
Além da capacidade de se camuflar ao mudar de cor, a espécie também possui outro mecanismo de defesa, acionado em situações de estresse. Assim como outras lagartixas, ela solta a cauda para confundir o predador e conseguir fugir.
Contudo, diferente de suas irmãs, a cauda da lagartixa-de-crista não se regenera. Dessa forma, ela fica sem o membro para sempre.
Agora, há dois exemplares da espécie – um macho e uma fêmea – no , sob os cuidados da equipe do Museu Biológico.
Conhecer para preservar
A lagartixa-de-crista é uma espécie endêmica da Ilha de Nova Caledônia, que fica na Oceania. Há poucos representantes do animal em outros lugares do mundo.
Por isso, durante anos ela foi considerada extinta. Apenas em 1994, em uma expedição na ilha que é seu habitat, a espécie foi redescoberta. Depois disso, pesquisadores conseguiram que ela se reproduzisse em cativeiro, o que fez com que a lagartixa-de-crista saísse da lista de animais extintos.
No entanto, a espécie continua ameaçada. De acordo com o Instituto Butantan, ela é alvo do tráfico de animais, uma forma de comércio ilegal e predatório.
Dessa maneira, assim como outras lagartixas, ela é protegida pela Convenção sobre o Comércio Internacional das Espécies da Fauna e da Flora Silvestres Ameaçadas de Extinção (CITES).
Conhecer para preservar
Em geral, a região de onde a lagartixa-de-crista vem é repleta de florestas tropicais e possui clima que chega a até 80% de umidade. Dessa forma, a espécie precisa de um lugar bastante úmido para sobreviver — cuidado que o Butantan tem com os dois representantes que vivem no instituto.
Além disso, a lagartixa-de-crista é onívora, pois se alimenta de pequenos insetos e frutas. Em geral, por necessitar de todos estes cuidados fora de seu habitat, pesquisadores do instituto recomendam que apenas cuidadores especializados tenham a lagartixa-de-crista.
Muita gente quer ter e não compra de forma legalizada para pagar menos, mas o tráfico de animais é muito cruel. Pense nisso antes de ter um animal”, aconselha Danusa Maia, bióloga do Butantan.