Kit de maquiagem em tumba chinesa de 2 mil anos tinha pó e corretivo
A maquiagem fazia parte da vida de pessoas comuns na China de 2 mil anos atrás. A mais nova evidência disso é uma tumba com um kit de maquiagem que uma equipe de arqueólogos escavou na cidade de Jinan, 230 quilômetros ao sul de Pequim.
Pesquisadores chineses encontraram a maquiagem próxima à cabeça da mulher enterrada em Jinan. Os pesquisadores afirmam que ela era uma plebeia da dinastia Han (de 206 a.C. a 220 d.C.). Isso porque havia poucos objetos em seu túmulo: só um espelho de bronze, além de um pó branco e uma pasta marrom avermelhada.
A equipe considera as descobertas “muito preciosas”, porque seria fácil confundir potenciais produtos de maquiagem com sujeira em tumbas milenares como essa.
O pó e a pasta encontrados no túmulo sugerem não só que havia uma indústria dedicada a fabricar esses materiais, mas também que a maquiagem também era popular entre pessoas que não eram nobres.
Composição da maquiagem
A equipe investigou a composição química das duas substâncias e encontrou indícios de seus ingredientes. O pó branco encontrado sob o espelho era um mineral conhecido como chumbo branco, composto principalmente por carbonato de chumbo. Os pesquisadores afirmam que o pigmento, usado em diferentes partes do mundo da antiguidade ao século 19, teria servido para embranquecer a pele.
A pasta encontrada no túmulo, por sua vez, estava em uma caixa de laca. Ela seria próxima da cor de pele da maioria das pessoas que viviam em Jinan naquela época. A substância serviria para esconder cicatrizes ou manchas, como um corretivo.
A equipe afirma que a substância foi produzida a partir de pó de mica, gordura animal refinada (provavelmente de porco) e extrato vegetal de plantas como a Equisetum arvense L., conhecida no Brasil como “cavalinha”.
Meng Wu, da Universidade de ShandongWu àrevusta New Scientist que coletar as matérias-primas, moer o pó de mica, refinar a gordura, obter o extrato vegetal e fazer o recipiente de laca era um processo que durava muito tempo, naquele período anterior ao maquinário moderno para fabricação de cosméticos.
O estudo foi na revista Archaeological and Anthropological Sciences.