‘Mancha de Clyde’ no planeta Júpiter mudou estranhamente em apenas um ano

Observado pela primeira vez em maio de 2020, o local tinha um formato circular, e agora possui uma forma estranha e bizarra.
Esta é a visão mais recente da Mancha de Clyde, capturada em 15 de abril de 2021. Imagem: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS/Kevin M. Gill

Em maio do ano passado, uma mancha apareceu repentinamente no hemisfério sul de Júpiter. Naquela época, a tal mancha era circular. Mas imagens mais recentes capturadas pela sonda espacial Juno mostram que o desenho dela mudou bastante e adotou um formato mais enigmático (para não dizer bizarro).

A mancha original foi detectada pela primeira vez em 31 de maio de 2020 por Clyde Foster, diretor da seção Shallow Sky da Sociedade Astronômica da África do Sul. Foster avistou o local usando um telescópio próprio de 14 polegadas. Dois dias depois, a sonda Juno, da NASA, deu uma forcinha e fez uma abordagem aproximada da área observada.
A Mancha de Clyde foi observada pela primeira vez assim, nesse formato redondo, em 2 de junho de 2020. Imagem: NASA/JPL-Caltech/SwRI/MSSS/Kevin M. Gill

A Mancha de Clyde, como é informalmente conhecida, é uma erupção convectiva — um conjunto de nuvens que se estende além do topo das nuvens regulares. Ela fica localizada a sudeste da Grande Mancha Vermelha de Júpiter. Essas erupções não são incomuns no Cinturão Temperado Sul do gigante gasoso. Em 15 de abril de 2021, a Juno realizou seu 33º perijove (sobrevôo) de Júpiter. Foi aí que a sonda capturou da Mancha de Clyde, ou o que ela costumava ser. A fotografia foi tirada quando a sonda estava 27 mil quilômetros acima do topo das nuvens de Júpiter. O cientista Kevin M. Gill processou a foto a partir de dados brutos da JunoCam.

A visualização atualizada nos lembra de não nos apegarmos às belas formas e cores que aparecem em Júpiter, pois muitas delas têm vida curta. De um ano para cá, desde que foi descoberta, a Mancha de Clyde se afastou da Grande Mancha Vermelha e virou algo muito diferente do que era. Isso é comum, levando em conta que Júpiter em si é um planeta gasoso, e sua atmosfera — e por consequência sua aparência — tende a mudar com o passar dos anos. Essas manchas que aparecem esporadicamente têm um termo técnico: regiões filamentares dobradas. E como a NASA aponta em , elas são “duas vezes maior em latitude e três vezes maior em longitude que o local original, e têm o potencial de persistir por um longo período de tempo”. A partir daqui, a mancha terá um formato ainda mais desconexo e deve desaparecer de vista nos próximos meses ou anos.

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