Ciência

Julho não quebra novo recorde de temperatura; mas clima ainda é quente

De acordo com o Copernicus, julho não quebrou o recorde devido ao fim do El Niño, mas a tendência ainda é um clima mais quente nos próximos meses.
Imagem: Wikimedia Commons/Reprodução

O clima no mês de julho de 2024 não conseguiu quebrar o recorde de temperatura do ano passado. Assim, encerrou-se uma sequência de 13 meses seguidos de recordes de temperaturas, segundo do programa Copernicus, na última quinta-feira (9).

No entanto, isso não reduz a ameaça das mudanças climáticas. Os dados do Copernicus mostram que o clima de julho de 2024 teve uma temperatura média de 16,91 °C — 1,2 °C acima da média dos últimos 30 anos.

Embora a temperatura tenha sido 0,04 °C inferior ao ano passado, julho ainda tem o recorde de segundo julho mais quente da história. De acordo com o Copernicus, julho não quebrou o recorde de temperatura devido ao fim do El Niño, fenômeno que aquece o Oceano Pacífico e influencia a temperatura global. Porém, o Copernicus informa que a tendência é que o clima continue mais quente.

Aliás, os dias 22 e 23 de julho deste ano quebraram o recorde de dias mais quentes da história. Por isso, várias regiões sentiram os efeitos das altas temperaturas de julho, incluindo América do Norte, sul e leste da Europa, partes da África, Oriente Médio e Antártida.

Incidentes como mortes por calor em Meca e incêndios florestais no Hemisfério Norte, são alguns dos exemplos do clima brutal de julho deste ano.

Recentemente, a França também emitiu alerta sobre o risco do clima quente durante as Olimpíadas de Paris, que começaram no dia 26 de julho.

Segundo especialistas, as temperaturas vão continuar subindo 

Julien Nicolas, diretor de observação climática do Copernicus, destaca a emissão de gases do efeito estufa como a principal causa pelo recorde de temperatura observado nos últimos 13 meses. Emissões de CO2 através da queima de combustíveis fósseis, como carvão, petróleo e gás natural, são grandes vilões.

No entanto, Gavin Schmidt, diretor do Instituto de Estudos Espaciais Goddard, aponta para um resultado possivelmente diferente. Segundo Schmidt, que não participou do relatório, metodologias diferentes produzem resultados diferentes, então é possível que julho tenha superado o recorde de temperatura.

“Embora a sequência de recordes tenha chegado ao fim, as forças responsáveis pelas temperaturas mais quentes continuam em atividade”, afirma. Segundo Schmidt, o que importa não é o clima de “julho ter quebrado ou não o recorde de temperatura”, mas, sim, o fato de que 2024 e 2023 foram os mais quentes da história.

Julien Nicolas, do Copernicus, concorda com a afirmação de Schmidt. Segundo ele, a sequência de 13 meses de recorde de temperatura global ganhou muita atenção. No entanto, “as consequências das mudanças climáticas estão visíveis há muitos anos. Elas começaram antes de junho de 2023 e não vão acabar porque julho não deu continuidade à sequência de recordes de temperatura”, finalizou.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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