JUICE é lançada para investigar oceanos escondidos em luas de Júpiter
O foguete Ariane 5, da empresa Arianespace, lançou com sucesso a sonda JUICE em direção a Júpiter. A missão da ESA (Agência Espacial Europeia) visa fazer observações detalhadas do planeta, além de estudar suas três grandes luas oceânicas.
A decolagem aconteceu na manhã desta sexta-feira (14), às 09h14 (horário de Brasília), a partir do espaçoporto de Kourou, na Guiana Francesa — que faz fronteira com o Brasil. Após se separar do estágio superior do foguete, a sonda conseguiu implantar seus painéis solares e iniciou a sua jornada de oito anos até Júpiter.Este foi o sexto voo do foguete Ariane 5 a fazer missões da ESA — lista esta que inclui o lançamento do Telescópio Espacial James Webb, em dezembro de 2021. Este também será o penúltimo voo deste modelo de foguete antes de sua aposentadoria, quando o mesmo será substituído pelo novo Ariane 6, a partir do final do ano que vem.
A busca pela vida nas luas de Júpiter
Estudar essas luas podem oferecer insights sobre a possibilidade de a vida surgir em luas geladas, mesmo elas estando longe de suas estrelas hospedeiras. Ao todo, estão previstos 35 sobrevoos sobre Ganimedes, Europa e Calisto.
Entre as três luas, o principal alvo será Ganimedes, com a JUICE passando cerca de nove meses observando a lua de perto. Além do seu oceano oculto, Ganimedes também é a única lua do Sistema Solar a contar com um campo magnético. Finalmente, quando a sonda ficar com pouco combustível, os controladores da missão guiarão a espaçonave para que ela entre em rota de colisão com Ganimedes. A ideia é garantir que ela não contamine nenhuma outra lua no sistema de Júpiter, o que poderia atrapalhar futuras missões de busca por vida. A JUICE também carrega uma placa comemorativa em homenagem ao cientista italiano Galileu Galilei. Foi ele o responsável por descobrir Ganimedes, Europa e Calisto (além de Io) – as maiores luas de Júpiter – com a ajuda da primeira luneta astronômica, há mais de 400 anos.A sonda foi construída pela empresa Airbus e custou 1,5 bilhão de euros (R$ 8,1 bilhões na cotação atual). Além da ESA, a NASA e as agências espaciais do Japão e de Israel são parceiros da missão, contribuindo com hardware ou instrumentação científica.