Janet Jackson conta segredos com riqueza de detalhes em seu documentário; confira

A cantora, irmã mais nova de Michael Jackson, conta no filme as passagens mais marcantes de sua vida com riqueza de detalhes. Confira as principais revelações
Janet Jackson
Imagem: Reprodução/redes sociais

A cantora Janet Jackson, de 55 anos, irmã mais nova de Michael Jackson, revelou detalhes incríveis da sua relação com a família em sua infância e adolescência no esperado documentário “Janet”.

No episódio do doc que foi ao ar neste fim de semana nos Estados Unidos pelos canais A&E e Lifetime, a cantora relembrou que era pequena demais quando seus irmãos chegaram à fama como o grupo Jackson Five. Ela não teve opções de escolha na vida. 

Janet subiu ao palco pela primeira vez em 1974, quando tinha apenas sete anos, como parte do show de sua família em Las Vegas.

“Não lembro de ter sido perguntada (se eu queria). Eu só me lembro de ter sido colocada nisso.” (Janet Jackson em seu documentário)

“Nenhum de nós teve uma infância normal. Meus amigos foram para a aula de ginástica ou fizeram parte de grupos de escoteiros. Eu queria fazer essas coisas. Mas tínhamos que trabalhar”, contou ela.

“Eu queria ir para a faculdade e estudar direito empresarial, e ele (Joe Jackson, pai dela) disse que isso não iria acontecer. Que pai não quer que você vá para a faculdade? Mas ele disse: ‘Não, você vai cantar’”.

O documentário “Janet” tem duas partes e começou a ser filmado em 2017, quando convidou uma equipe de produção para documentar sua turnê “State of the World”. E eles ficaram com Janet por cinco anos completos.

O resultado da produção, que estreou na sexta-feira (28) na TV americana, incluiu entrevistas com sua mãe, Katherine Jackson, dos irmãos Tito e Randy Jackson e da irmã Rebbie Jackson, além dos convidados Debbie Allen, Jimmy Jam, Terry Lewis, Missy Elliott e Paula Abdul.

Na produção, Janet abordou desde sua infância como a mais nova da família Jackson, até rumores de longa data de que ela teve um bebê secreto nos anos 80, além do relacionamento com o irmão mais famoso, o falecido Michael Jackson. Confira o trailer: 

Janet faz parte dos dez filhos de Joe Jackson e Katherine Jackson, todos na carreira musical. Joe, que morreu em 2018, era empresário e mentor deles e chegou a ser acusado pelas filhas Rebbie e La Toya de abusos e exploração. No documentário, porém, Janet não confirma que o pai era abusador.

“Foi por causa do meu pai que tive a carreira que tive. Foi difícil às vezes. Mas quando você vê de onde viemos e onde estamos agora, devemos muito ao meu pai”, continuou a artista.

“Disciplina sem amor é tirania, e tiranos os meus pais não eram. Eles simplesmente nos amavam e queriam que fôssemos o melhor que pudéssemos ser. Obviamente, funcionou”, completou Janet.

Acusações contra o irmão Michael Jackson

Sobre o popstar Michael, o irmão mais famoso, Janet diz que começou a se afastar depois do sucesso de “Thriller”, álbum que ele lançou em 1982. “Foi quando tudo começou a mudar. Pela primeira vez na minha vida senti uma diferença entre nós,  que uma mudança estava acontecendo. Foi a época em que Mike e eu começamos a seguir caminhos separados”.

Janet se abriu sobre como as alegações de abuso sexual contra seu irmão também a afetaram. Em 1993, Michael foi acusado pela primeira vez de abuso sexual por um menino de 13 anos, o que foi amplamente divulgado na mídia. Janet explicou que estava prestes a começar a trabalhar com a Coca-Cola na época, mas quando souberam das alegações, o negócio fracassou. “Quando isso saiu, a Coca-Cola disse: ‘Não, obrigada’”, diz ela no documentário.

Quando perguntada se as alegações contra Michael impactaram sua vida e carreira, Janet disse: “Claro. Meu irmão nunca faria algo assim, mas ainda sou culpada por associação. Acho que é assim que eles chamam, certo?”.

A investigação contra Michael Jackson foi encerrada depois que ele e a família chegaram a um acordo financeiro, mas Janet acredita que isso o fez parecer “culpado”.

A cantora disse que todo esse processo foi frustrante para ela. “Nós temos nossas próprias vidas separadas e mesmo que ele fosse meu irmão, isso não tinha nada a ver comigo. Mas eu queria estar lá para apoiá-lo o máximo que pudesse”, contou. 

Janet surpreendeu ao revelar os nomes ofensivos que Michael costumava chamá-la quando ela era mais jovem. Em um fragmento do documentário ela relembra: “Houve momentos em que Mike costumava me provocar e me xingar. Porco, cavala, put* ou porca, vaca”, disse Janet.

Ela acrescentou: “Ele ria disso, e eu ria também, mas havia algum lugar lá dentro de mim que doía”, confessa.

O mico no show com Justin Timberlake no Super Bowl

Além disso, ela falou sobre sua performance no Super Bowl de 2004, apelidada pela mídia como “Nipplegate”. Para quem não se lembra, Janet Jackson teve seio exposto por Justin Timberlake durante a apresentação. 

No famoso show no intervalo do jogo de futebol americano, ela trouxe o convidado surpresa Timberlake, que estava decolando na carreira solo na época.

Durante a apresentação de Timberlake de seu hit “Rock Your Body”, parte da blusa de Jackson foi arrancada, expondo seu seio, quando Timberlake cantou a letra: “Bet I’ll have you naked by the end of this song” (“aposto que vou te ver nua até o fim dessa música”).

Após essa apresentação no intervalo, Jackson foi publicamente envergonhada e sua carreira foi atingida, já que a popularidade de Timberlake continuou a subir. No entanto, Janet revelou no documentário que pediu para Timberlake não declarar nada sobre o incidente na época.

Em papo com seu irmão Randy, Janet diz: “conversamos uma vez. E ele disse, ‘Eu não sei se devo sair e fazer uma declaração.’… E eu disse, ‘Olha… eu não quero nenhum drama para você. Eles estão mirando tudo isso em mim. Então eu disse: ‘Se eu fosse você, não diria nada’”.

A exposição do seio de Jackson para milhões de pessoas que assistiam ao Super Bowl gerou uma grande repercussão na época. Apesar dos dois se desculparem na ocasião, a cantora sofreu consequências maiores e foi banida da 46ª cerimônia do Grammy além de ser cortada da cinebiografia de Lena Horne, por decisão própria.

Enquanto isso, Timberlake se apresentou, ganhou uma série de Grammys e usou o palco da premiação para entregar um pedido de desculpas público. Em 2021, Justin pediu desculpas novamente para a cantora. Segunda a revista Variety, representantes de Timberlake não responderam imediatamente ao pedido de comentário.

No documentário, Janet disse que Timberlake a convidou para se apresentar com ele no Super Bowl de 2018, mas ela recusou. A CBS, que transmitiu o Super Bowl, foi multada pela FCC, e as músicas e videoclipes de Jackson foram banidos de muitas estações de rádio e canais com a empresa controladora da CBS, Viacom, impondo uma lista proibida de Jackson. 

Ao longo dos anos, muitos criticaram o Super Bowl por golpe publicitário, questionando se foi realmente um erro. O incidente gerou conversas sobre sexismo, racismo e padrões duplos da sociedade, principalmente com homens brancos e mulheres negras.

Em resposta às teorias de que o incidente foi um golpe publicitário, o irmão de Janet, Tito Jackson, diz no doc: “Ela não fez isso. Isso não foi algo feito de propósito. Janet não é assim”. 

Janet desfez rumores de bebê secreto

Nos anos 80, surgiram rumores de que Janet teve um bebê secreto com seu primeiro marido, o cantor James DeBarge. A história de tablóide foi capa das principais manchetes e dos noticiários –e machucou profundamente a estrela pop, revelou ela no documentário. 

“Quando eu estava fazendo ‘Fame’, muitas crianças pensaram que eu estava grávida porque eu tinha engordado e estava tomando pílulas anticoncepcionais… então, esse boato começou a circular,” diz Jackson. “Eu nunca poderia manter uma criança longe de James. Como eu poderia manter uma criança longe de seu pai? Eu nunca poderia fazer isso. Isso não está certo.”

No doc, Jackson entra em grandes detalhes sobre seu casamento de curta duração e anulação com DeBarge. Ela diz que o uso de drogas dele foi um choque para seu lado ingênuo e o motivo do término do relacionamento. 

Rayane Moura

Rayane Moura

Rayane Moura, 26 anos, jornalista que escreve sobre cultura e temas relacionados. Fã da Marvel, já passou pela KondZilla, além de ter textos publicados em vários veículos, como Folha de São Paulo, UOL, Revista AzMina, Ponte Jornalismo, entre outros. Gosta também de falar sobre questões sociais, e dar voz para aqueles que não tem

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