Influencer da Indonésia pode ser presa por blasfêmia: comeu porco no TikTok
Vídeo no TikTok da influencer muçulmana Lina Mukherjee comendo carne de porco propositalmente viralizou e ela pode ser presa, polícia investiga o caso
Um vídeo no TikTok de uma influencer de viagens muçulmana comendo carne de porco viralizou e pode levá-la à prisão. A polêmica virou caso de polícia e Lina Luftiawati, mais conhecida nas redes por Lina Mukherjee, pode ser presa por até cinco anos pelo crime de blasfêmia.
Publicado no TikTok no dia 9 de março, o conteúdo mostra a famosa jovem da Indonésia experimentando o prato.
Para o islã, os porcos são considerados animais sujos e consumir essa carne pode ocasionar problemas de saúde, por ser impura. Por isso, a religião proíbe o porco e seus derivados. No vídeo, antes de comer, ela diz “Bismillah”, termo em árabe que significa “em nome de Allah”.
Lina pediu perdão em público mas foi acusada de blasfêmia e de disseminar o discurso de ódio nas redes sociais. O principal órgão dos clérigos islâmicos da Indonésia emitiu uma fátua, ou “fatwa”, como são conhecidos os decretos religiosos, alegando que o caso contraria a lei islâmica.
A influencer de 32 anos contabiliza mais de 2,1 milhões de seguidores no TikTok. O vídeo em questão tem cerca de 13 milhões de visualizações e recebeu muitas críticas nos comentários. Assista abaixo:
Lina Mukherjee, selebgram TikTok dengan dua juta pengikut yang dikenal menggemari artis Bollywood, mendapat masalah serius setelah video kontroversialnya viral di media sosial. Dalam video tersebut, Lina terlihat mencoba kriuk babi, padahal dia menganut agama Islam. Insiden ini kemudian mengundang kegeraman seorang ustaz asal Palembang, M Syarif Hidayat yang melaporkannya ke Polda Sumatera Selatan.
Vídeo no TikTok repercute entre especialistas
Muitos especialistas em defesa dos direitos humanos se opõem às leis do país sobre blasfêmia. São preocupados com o avanço de grupos políticos conservadores islâmicos que se utilizam da religião para reprimir minorias. Conforme censo de 2018, 87% dos indonésios são muçulmanos, o que garante vantagem e influência dos líderes religiosos islâmicos nas decisões.
Para Gatria Priyandita, pesquisador e analista de ciberpolítica no Instituto Australiano de Política Estratégia (ASPI), a linha entre o que é crime ou não é tênue nos casos de blasfêmia, racismo e difamação. O pesquisador que essa indefinição na legislação do país confere ampla margem para que os políticos façam acusações indevidas.
Posteriormente, Lina Mukherjee pediu desculpas pelo vídeo e prometeu ser mais cuidadosa com seu conteúdo nas redes sociais no futuro.
“Peço desculpas ao povo da Indonésia; enquanto figura pública, cometi um erro. No futuro, utilizarei melhor as minhas redes sociais para produzir conteúdo mais útil”, declarou à imprensa local no início deste mês. Por fim, ela permanece em casa enquanto a polícia investiga o caso.
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