Impacto de asteroide de 3 bilhões de anos pode ter iniciado a vida na Terra
Sem vida, o planeta Terra de bilhões de anos atrás era um planeta solitário e também um alvo fácil para meteoritos e asteroides. Mas tudo mudou com um impacto de um gigante asteroide há 3 bilhões de anos.
O impacto desse asteroide, que corresponde a quatro vezes o tamanho do Monte Everest – e 200 vezes maior que o asteroide que exterminou os dinossauros – deixou, consequentemente, uma enorme marca no planeta.
Porém, ao contrário da rocha que matou os dinossauros, esse não conseguiu extinguir a vida na Terra porque não havia vida na Terra. Ironicamente, o choque desse asteroide, há 3 bilhões de anos, pode ter acelerado a formação de vida na Terra, que estava nos estágios de organismos unicelulares.
As informações são de um estudo na última segunda-feira (22), que destaca algumas das consequências desse asteroide nas dinâmicas planetárias da Terra. Nadja Drabon, geóloga de Harvard que estuda a Terra primitiva e assina o estudo, batizou o asteroide de “S2”. A pesquisadora seguiu a trilha deixada pelo meteorito no Cinturão de Barberton Greenstone, na África do Sul.Assim como o Complexo Ígneo Bushveld, também na África do Sul, o Cinturão de Barberton Greenstone é um dos poucos lugares com rochas muito antigas e preservadas.
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Desse modo, a pesquisadora e o resto da equipe do estudo investigaram os sedimentos rochosos no local, encontrando o primeiro sinal do asteroide na forma de esférulas do tamanho de grãos de areia.
As esférulas são partículas esféricas que se formam após o impacto de um asteroide na Terra.“O que não mata, engorda”: asteroide ampliou população de organismos unicelulares na Terra
De acordo com o estudo, o impacto desse meteoro gigante desencadeou um tsunami. Desse modo, o oceano da Terra expulsou detritos do fundo do mar para áreas costeiras.Além disso, o calor do impacto fez com que a camada superior do mar evaporasse. Consequentemente, a atmosfera se aqueceu e uma nuvem de poeira cobriu o planeta, interrompendo quaisquer atividades fotossintéticas.
Apesar de parecer que o asteroide atrasou a formação de vida na Terra há 3 bilhões de anos, o efeito foi contrário, segundo os pesquisadores, que revelaram que a vida bacteriana se regenerou rapidamente.Com isso, houve um considerável aumento em populações de organismos unicelulares e o asteroide ajudou a fornecer comida para essas bactérias. Os tsunami levou elementos como o ferro para águas mais rasas.
Além disso, o impacto do asteroide há 3 bilhões de anos e a erosão do solo aumentaram a quantidade de fósforo na superfície da Terra.“Até recentemente, impactos de asteroides eram considerados um desastre para a evolução. No entanto, essa linha de pensamento está mudando e agora há a tese de que a vida não foi apenas resiliente, mas se beneficiou de eventos tão violentos”, afirma Drabon.