Ciência

Impacto de asteroide de 3 bilhões de anos pode ter iniciado a vida na Terra

O choque desse asteroide, há 3 bilhões de anos, pode ter acelerado a formação de vida na Terra, que ainda estava nos estágios de organismos unicelulares
Imagem: YouTube/Reprodução

Sem vida, o planeta Terra de bilhões de anos atrás era um planeta solitário e também um alvo fácil para meteoritos e asteroides. Mas tudo mudou com um impacto de um gigante asteroide há 3 bilhões de anos.

O impacto desse asteroide, que corresponde a quatro vezes o tamanho do Monte Everest – e 200 vezes maior que o asteroide que exterminou os dinossauros – deixou, consequentemente, uma enorme marca no planeta.

Porém, ao contrário da rocha que matou os dinossauros, esse não conseguiu extinguir a vida na Terra porque não havia vida na Terra. Ironicamente, o choque desse asteroide, há 3 bilhões de anos, pode ter acelerado a formação de vida na Terra, que estava nos estágios de organismos unicelulares. 

As informações são de um estudo na última segunda-feira (22), que destaca algumas das consequências desse asteroide nas dinâmicas planetárias da Terra. Nadja Drabon, geóloga de Harvard que estuda a Terra primitiva e assina o estudo, batizou o asteroide de “S2”. A pesquisadora seguiu a trilha deixada pelo meteorito no Cinturão de Barberton Greenstone, na África do Sul.

Assim como o Complexo Ígneo Bushveld, também na África do Sul, o Cinturão de Barberton Greenstone é um dos poucos lugares com rochas muito antigas e preservadas. 

Leia mais: Micróbios estavam vivos em rocha de bilhões de anos na África do Sul

Desse modo, a pesquisadora e o resto da equipe do estudo investigaram os sedimentos rochosos no local, encontrando o primeiro sinal do asteroide na forma de esférulas do tamanho de grãos de areia.

As esférulas são partículas esféricas que se formam após o impacto de um asteroide na Terra.

Além dessas partículas, os cientistas encontraram uma camada de rocha similar ao asteroide que dizimou os dinossauros, mas muito maior em termos de espessura.

“O que não mata, engorda”: asteroide ampliou população de organismos unicelulares na Terra

De acordo com o estudo, o impacto desse meteoro gigante desencadeou um tsunami. Desse modo, o oceano da Terra expulsou detritos do fundo do mar para áreas costeiras.

Além disso, o calor do impacto fez com que a camada superior do mar evaporasse. Consequentemente, a atmosfera se aqueceu e uma nuvem de poeira cobriu o planeta, interrompendo quaisquer atividades fotossintéticas.

Apesar de parecer que o asteroide atrasou a formação de vida na Terra há 3 bilhões de anos, o efeito foi contrário, segundo os pesquisadores, que revelaram que a vida bacteriana se regenerou rapidamente.

Com isso, houve um considerável aumento em populações de organismos unicelulares e o asteroide ajudou a fornecer comida para essas bactérias. Os tsunami levou elementos como o ferro para águas mais rasas.

Além disso, o impacto do asteroide há 3 bilhões de anos e a erosão do solo aumentaram a quantidade de fósforo na superfície da Terra.
“Até recentemente, impactos de asteroides eram considerados um desastre para a evolução. No entanto, essa linha de pensamento está mudando e agora há a tese de que a vida não foi apenas resiliente, mas se beneficiou de eventos tão violentos”, afirma Drabon.

Pablo Nogueira

Pablo Nogueira

Jornalista e mineiro. Já escreveu sobre tecnologia, games e ciência no site Hardware.com.br e outros sites especializados, mas gosta mesmo de falar sobre os Beatles.

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