Ciência
IA descobre supernova sem ajuda de humanos pela 1ª vez
Modelo de IA foi treinado com mais de 1,4 milhão de imagens de fenômenos celestes de 16 mil fontes astronômicas para detectar supernovas
Imagem: Northwestern University/Reprodução
Uma equipe de cientistas dos Estados Unidos usou inteligência artificial (IA) para identificar uma supernova — nome dado à morte de uma estrela. Foi a primeira vez na história que a tecnologia consegue uma descoberta do tipo sem nenhuma intervenção humana.
A descoberta foi divulgada na última semana pelo projeto BTSbot, liderado por membros da Universidade Northwestern, dos EUA. Com a tecnologia, foi possível de prever com precisão a ocorrência de uma explosão estelar. Isso proporcionou aos pesquisadores mais tempo para analisar o evento cósmico.
“Isto representa um importante passo em frente, uma vez que o refinamento dos modelos permitirá aos robôs isolar subtipos específicos de explosões estelares”, afirmou em um Adam Miller, professor da Universidade Northwestern e responsável pelo projeto.
A supernova é o evento em que uma estrela gigante, com uma massa de pelo menos 10 vezes a do Sol, chega ao fim de sua vida. O fim da linha acontece em grande estilo, com uma grande explosão. Miller explica que estudar esse fenômeno é crucial pois todos os elementos químicos do universo são formados dentro das estrelas.
Ele ainda destacou a importância desse avanço, afirmando que aprimorar ainda mais os modelos permitirá que os robôs identifiquem subtipos específicos de explosões estelares.
“Remover os humanos do processo proporciona mais tempo para a equipe de investigação analisar as suas observações e desenvolver novas hipóteses para explicar a origem das explosões cósmicas que observamos”, completou Miller.
Como foi feita a descoberta e como funciona a IA
O modelo de IA foi treinado com mais de 1,4 milhão de imagens de fenômenos celestes de 16 mil fontes astronômicas diferentes. Essas fotos incluem supernovas, estrelas em chamas temporárias e galáxias. Isso foi feito para garantir a precisão na identificação de supernovas. O BTSbot é integrado ao Observatório Palomar em San Diego, na Califórnia (EUA). Em 3 de outubro, a Zwicky Transient Facility (ZTF), uma câmera robótica, capturou a explosão cósmica. A partir da análise dos dados da ZTF, em 5 de outubro, o BTSbot detectou a supernova recém-descoberta, denominada SN2023tyk.O BTSbot, então, entrou em contato com outro instrumento robótico chamado Máquina de Distribuição de Energia Espectral (SEDM), e pediu para que ele realizasse observações sobre a potencial supernova. Depois disso, o SEDM enviou os dados para classificar a supernova.
Apesar do sucesso, os pesquisadores reconheceram desafios na verificação e garantia da qualidade das imagens. É necessário vigilância contínua para garantir a precisão contínua dos modelos de IA na identificação de eventos celestes.