Em poucas horas, o telescópio espacial Hubble, da NASA e ESA (Agência Espacial Europeia), três momentos diferentes de uma supernova que explodiu há mais de 11 bilhões de anos. Ao morrer, a estrela era 500 vezes maior que o Sol.
Esse é o primeiro registro detalhado do colapso de uma estrela em um momento tão precoce da evolução do universo. A explosão se deu quando o universo só tinha um quinto de sua idade atual (13,8 bilhões de anos).
A captura da supernova aconteceu em dezembro de 2010, mas só foi identificada agora, quando uma equipe internacional de astrônomos analisava arquivos do Hubble.
A identificação foi possível por causa do fenômeno lente gravitacional – um aspecto previsto na teoria da relatividade de Albert Einstein. Nesse caso, a luz percorreu três caminhos diferentes até a lente cósmica, através do aglomerado de galáxias Abell 370.
Esses corpos celestes dobraram e ampliaram a luz da supernova mais distante, que estava atrás do aglomerado. Como os três caminhos tinham comprimentos diferentes, a luz chegou ao Hubble e a supernova apareceu em três estágios da sua evolução.
Ajuda para entender o Universo
A exposição do Hubble também captou a rápida mudança de cor da supernova, que indica uma mudança de temperatura. Na primeira fase, ela é azul. Depois, vai ficando mais vermelha. Quanto mais azulada, mais quente é a supernova.
Esta também é a primeira vez que os astrônomos foram capazes de medir o tamanho de uma estrela prestes a morrer no início do Universo. A equipe conseguiu isso ao observar o brilho e taxa de resfriamento da supernova.
Agora, os dados podem ajudar os cientistas a aprender mais sobre a formação de estrelas e galáxias do início do Universo. A equipe planeja usar o telescópio James Webb para observar supernovas ainda mais distantes.
A ideia é criar um “catálogo” para ajudar os astrônomos a entender se as estrelas que existiram há bilhões de anos são diferentes das que existem no Universo hoje.