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Huawei critica EUA por impedi-la de usar tecnologia americana e China pode retaliar

As últimas decisões do governo dos Estados Unidos colocaram pressão sobre os negócios da Huawei e a empresa está praticamente impedida de utilizar tecnologia americana. Em um evento, a companhia fez duras críticas às decisões da administração de Trump.

Pessoa mexendo em celular com o logo da Huawei ao fundo

Crédito: Wang Zhao/AFP/Getty

As últimas decisões do governo dos Estados Unidos colocaram pressão sobre os negócios da Huawei e a empresa está praticamente impedida de utilizar tecnologia americana. Em um evento, a companhia fez duras críticas às decisões da administração de Donald Trump.

“O governo dos EUA ainda persiste em atacar a Huawei, mas o que isso vai trazer ao mundo?”, questionou Guo Ping, presidente rotativo da companhia, em um conferência da Huawei em Shenzhen.

Uma ordem executiva impôs que empresas estrangeiras que fabricam chips com tecnologia dos EUA obtenham licenças de exportação antes de poderem vender para a Huawei, afetando partes chave da cadeia de suprimentos da Huawei. A medida atinge diretamente a subsidiária de chips HiSilicon.

Em um comunicado, a companhia disse que a “decisão foi arbitrária e perniciosa, e ameaça minar toda a indústria em todo o mundo”. Eles afirmam ainda que as sanções terão “impacto na expansão, manutenção e operação contínua de redes no valor de centenas de bilhões de dólares que implantamos em mais de 170 países.

A Huawei é a maior fabricante de equipamentos de telecomunicações do mundo. O comunicado diz ainda, de acordo com o (grifo nosso):

“Essa decisão do governo dos EUA não afeta apenas a Huawei. Ela terá um sério impacto sobre um grande número de indústrias globais”, afirmou a empresa. “A longo prazo, isso prejudicará a confiança e colaboração dentro da indústria global de semicondutores da qual muitas indústrias dependem, aumentando os conflitos e as perdas dentro dessas indústrias. Os EUA estão alavancando suas próprias forças tecnológicas para esmagar empresas fora de suas próprias fronteiras. Isso só servirá para minar a confiança que as empresas internacionais depositam na tecnologia e nas cadeias de fornecimento dos EUA. Em última análise, isto prejudicará os interesses dos EUA.”

Richard Yu, CEO da divisão de consumo da Huawei, também criticou as decisões do governo americano. “As chamadas razões de cibersegurança são apenas uma desculpa”, escreveu ele em um post do WeChat, segundo a . “A chave é a ameaça à hegemonia tecnológica dos EUA.”

O jornal japonês publicou uma reportagem indicando que a TSMC, fabricante taiwanesa de semicondutores, já está cumprindo com as sanções impostas pelos EUA. A TSMC não negou os relatos, mas os chamou de “rumor de mercado”, de acordo com a .

Ainda de acordo com o , a Huawei havia sugerido que poderia mudar seu fornecedor de chips caso algo desse gênero acontecesse, passando a comprar produtos da Samsung. A companhia também vinha estudando a produção por companhias locais, por meio da China Semiconductor Manufacturing International Corporation (SMIC), que recebeu um investimento de US$ 2,2 bilhões do governo chinês.

No entanto, a capacidade de fabricação da SMIC é muito menor se comparada com a da TSMC.

Retaliação chinesa

Especula-se que a China pode retaliar a decisão dos EUA colocando empresas americanas como Apple, Qualcomm e Cisco em uma “lista de entidades não confiáveis”. De acordo com o jornal estatal chinês , a lista seria um primeiro passo para o início de uma série de investigações e restrições a empresas americanas:

“A China tomará contra-medidas contundentes para proteger seus direitos legítimos”, caso os EUA avançarem com o plano de barrar fornecedores essenciais de chips, incluindo a TSMC, sediada em Taiwan, de vender chips para a gigante tecnológica chinesa, disse uma fonte ao Global Times em entrevista exclusiva.

As medidas incluem a adição de empresas americanas à uma “lista de entidades não confiáveis” da China, impondo restrições ou iniciando investigações em empresas americanas como a Qualcomm, Cisco e Apple de acordo com leis e regulamentos chineses como a Lei de Medidas de Revisão de Cibersegurança e a Lei Anti-monopólio, além de suspender a compra de aviões da Boeing, disse a fonte.

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