Huawei está disposta a assinar “acordo de não espionagem” com governos, diz presidente da empresa
A declaração foi dada com ênfase em um acordo desse tipo com o governo britânico. Diz a :
“Estamos dispostos a assinar acordos de não espionagem com governos, incluindo o governo do Reino Unido, para nos comprometermos a fazer com que nossos equipamentos atendam a um padrão sem espionagem e sem backdoors”, disse o presidente da Huawei, Liang Hua, a repórteres em Londres por meio de um intérprete.
Um porta-voz do governo britânico ouvido pela Reuters disse que “os resultados da análise da cadeia de suprimentos das telecomunicações afetando o caso da Huawei serão anunciados em breve e todas as operadoras de rede precisariam cumprir a decisão”.
O Reino Unido é um dos membros da Five Eyes, aliança de cinco países para compartilhamento de informações de inteligência da qual os EUA também fazem parte. O país já considerou que os problemas da Huawei são um risco gerenciável. A comissão britânica responsável por garantir a integridade dos equipamentos de telecomunicações também encontrou brechas de segurança nos equipamentos da empresa, mas não chegou a banir nem restringir a atuação da companhia.
Apesar da pressão dos EUA, outros países seguem negociando a compra de equipamentos da companhia chinesa para a infraestrutura das redes 5G. Alemanha, Índia e Emirados Árabes Unidos são alguns exemplos.
A Huawei tem alternado entre uma defesa em tom diplomático de sua tecnologia, quando diz que não há nenhuma lei na China que obrigue a instalação de backdoors ou a cooperação com o governo, e uma postura mais combativa, com provocações aos EUA, alusões à NSA e processos contra o próprio governo americano por proibir seus equipamentos antes de passar pelo devido processo legal e ser considerada culpada, o que seria inconstitucional.
Os Estados Unidos, porém, devem prosseguir na batalha — que, é sempre bom lembrar, se dá em um momento de guerra comercial com a China. Segundo a Reuters, o presidente Donald Trump deve assinar uma alegando riscos à segurança nacional para aumentar a abrangência da proibição à Huawei, estendendo-a também a empresas privadas norte-americanas.