Ciência

Houston, temos um novo recorde: russo passa quase 2 anos e meio no espaço

O russo Oleg Kononenko está atualmente cumprindo sua quinta passagem a bordo da ISS (Estação Espacial Internacional)
Imagem: Divulgação/Roscosmos

O cosmonauta Oleg Kononenko se tornou oficialmente o ser humano que passou mais tempo vivendo e trabalhando no espaço. No último domingo (4), o tripulante russo atingiu a marca de 878 dias em órbita somados ao longo de cinco missões a bordo da ISS (Estação Espacial Internacional).

Na missão atual, Kononenko chegou na ISS em setembro de 2023 e deve permanecer até o próximo mês de setembro. Quando partir, ele terá acumulado 1.110 dias no espaço, o equivalente a pouco mais de três anos. Assim, ele se tornará o primeiro humano a passar cumulativamente 1.000 dias no espaço.

O recordista anterior, o cosmonauta Gennady Padalka, passou 878 dias, 11 horas, 29 minutos e 48 segundos no espaço ao longo de cinco missões (entre 1998 e 2015). “Estou orgulhoso de todas as minhas conquistas, mas estou mais orgulhoso de que o recorde da duração total da permanência humana no espaço ainda seja detido por um cosmonauta russo”, disse Jononenko à agência de notícias russa .

Efeitos de uma longa jornada no espaço

Uma longa temporada no espaço promove alterações no organismo que podem persistir por meses (ou anos), mesmo após o retorno à Terra. Embora o homem vá ao espaço há mais de 60 anos, os efeitos sobre o corpo dessas viagens ainda são estudados.

A melhor indicação disso foi um estudo realizado pela NASA com uma dupla de astronautas gêmeos monozigóticos. Um deles participou de uma missão de longa duração, enquanto o outro ficou em Terra. A pesquisa mostrou algumas consequências transitórias da vida em ambiente de microgravidade. Entre os principais efeitos estão a perda de massa muscular e óssea, aumento na estatura e alterações no sistema circulatório. Após muito tempo no espaço, a visão também começa a desfocar. Isto porque as costas dos globos oculares se achatam um pouco e as retinas também se modificam. Além disso, há mudanças passageiras, como o aumento da extensão dos telômeros (extremidades dos cromossomos, associadas à maior longevidade) durante a viagem ou a redução na acurácia e na velocidade dos movimentos após o retorno.

Gabriel Andrade

Gabriel Andrade

Jornalista que cobre ciência, economia e tudo mais. Já passou por veículos como Poder360, Carta Capital e Yahoo.

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